Recapitulando: Após saber que na região de Joinville e Gaspar havia gente produzindo mangueiras em larga escala e que o negócio era bom, Francisco Zomer não hesitou. Pegou seu carro e foi até estas cidades saber como era o funcionamento. Bom de conversa, chamou o funcionário responsável pela produção de Joinville e o persuadiu a deixá-lo ver como funcionava a tal máquina de mangueira. Saiu de lá convencido de que ali estava sua oportunidade de empreender de forma definitiva.
De volta a Orleans, Francisco decide investir suas economias em uma máquina para iniciar sua produção de mangueiras na região sul, carente deste tipo de produto. Mas, como sempre, não seria simples. Precisou ir até São Paulo para comprar o tal equipamento. Convicto de ter feito um bom investimento, entrega seu carro e uma quantia em dinheiro e volta para sua terra com a certeza de que o caminho certo tinha sido escolhido. Instala o aparelho e começam as tentativas – com muitos erros – de desenvolver um bom produto. Com a ajuda de um funcionário insone, trabalhava à noite, pois a energia elétrica que abastecia a cidade durante o dia não era suficiente para produzir os cem metros de mangueiras esperados.
A produção ia de vento em popa, a quantidade de mangueira fabricada era grande e se fazia necessário encontrar mais mercados para este produto que já havia conquistado clientes em toda a região. Foi neste momento que Francisco, herdeiro da astúcia e tino de seus pais, engenhosamente planeja um movimento maior e que beneficiaria toda a comunidade de Orleans: a criação de uma rede de água, até então extraída somente de poços. Há quem diga que este grande passo do empreendedor acabaria o levando até a prefeitura do município em pouco tempo.
Então, torna-se prefeito do município de Orleans de 1970 a 1974. Bem relacionado, trabalha arduamente para tornar sua cidade um local cada vez melhor para seus moradores. Enfrenta os anos de chumbo da ditadura militar e a grande enchente que assolou a localidade, mobilizando a comunidade para a reconstrução de tudo que a água levou. Neste ponto, por conta de todo o compromisso exigido no cargo público desempenhado, acaba por concentrar-se menos do que deveria em sua empresa, chegando a perceber que ela estaria com as contas em risco. Neste momento, descentraliza o capital, tornando-a uma sociedade anônima na qual fizeram parte João Zomer (in memorian) e Ascendino Zomer (in memorian). A partir de 1984, torna-se o nome que é conhecido até hoje: Plaszom Zomer Indústria de Plásticos Ltda.
De 1967 a 1977 – Trabalhando para crescer
Os primeiros anos da empresa foram destinados a aprender bem o que estavam fazendo. Aprimorar a produção das mangueiras que vez ou outra saíam em formatos bem diferentes do esperado. Muita dedicação foi necessária para possibilitar o fabrico de um produto que fosse aceito em toda a região.
Francisco Zomer e seu único colaborador viravam noites em claro para que a produção corresse bem, visto que a máquina não conseguia funcionar durante o dia, porque a energia elétrica disponível era insuficiente para abastecer o equipamento.
Pouco antes de completar uma década de existência, por volta de 1976, chegam a Orleans as máquinas que produziriam filmes plásticos que viriam dominar a produção da empresa no futuro. Francisco foi até São Paulo a fim de adquirir o tal equipamento.
Qual não foi a surpresa deste ao se deparar com um alemão que mal falava português, com quem a comunicação foi tão difícil a ponto de o vendedor indicar que o orleanense buscasse outro profissional, pois entendera, primeiramente, que Francisco procurava um local onde se fizessem filmes de cinema, em vez de filmes plásticos. Mas, com esforço, conseguiram se entender e resolveram a questão, fechando o negócio e iniciando a ascensão da Plaszom no mercado.
Com informações da Agência Nueva
A próxima reportagem, intitulada “Investido sempre”, contará a história entre 1977 e 1987.
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