A região de Braço do Norte é conhecida pela suinocultura e também pela produção de gado leiteiro e pode, no futuro, ser também um polo de fruticultura.
A região do Vale do Braço do Norte é conhecida pela suinocultura e também pela produção de gado leiteiro e pode, no futuro, ser também um polo de fruticultura. Isso porque pesquisas realizadas pelo curso de Agronomia da Unisul, em Braço do Norte, apontam que algumas variedades de maçã têm se adaptado bem ao clima mais quente da região.
As pesquisas são realizadas há seis anos e os resultados iniciais são promissores. A produção de maçãs é feita em cerca de um hectare na fazenda do curso de Agronomia. “Eu já trabalhava com pesquisas com plantas frutíferas na
Epagri e quando vim para a Unisul propus que realizássemos pesquisas com maçãs de clima quente para verificar qual cultivar se adaptaria melhor ao clima da região, com temperaturas mais elevadas do que as registradas na Serra, onde tradicionalmente se produz maçã em Santa Catarina”, explica o coordenador do curso, Celso Albuquerque.
Em Braço do Norte, são cultivadas as variedades Princesa, Monalisa, Eva, Condessa e Castel-Gala. Entre elas, o cultivar Eva tem mostrado melhores resultados. “As pesquisas têm apontado que esta variedade, Eva, tem se adaptado melhor à região. Ainda é preciso mais estudos para podermos indicar este cultivar para a produção em maior escala. A pesquisa segue agora para a questão da polinização. A macieira precisa de duas cultivares diferentes para produzir, ela é de polinização cruzada, então, uma precisa ser a polinizadora e ainda não definimos qual é a melhor”, relata o professor.
Uma futura produção no Vale pode ser potencialmente mais vantajosa economicamente. O custo de produção ainda não está definido, mas já há apontamentos para um valor menor do que a maçã produzida na Serra, pois nesses anos de avaliação não foram encontradas incidências de doenças, o que diminui o custo com tratamentos fitossanitários. “Mas o principal diferencial é que esta maçã chegará ao mercado em período de entressafra. A colheita dela é em dezembro, enquanto a da Serra ocorre agora, em março. Dezembro é um período em que a maçã existente no mercado é velha, está estocada em câmaras frias”, revela o professor Celso Albuquerque. Isso significa que o valor de venda também é maior. Enquanto a maçã serrana é vendida para o atacado entre R$ 0,70 e R$ 0,80 o quilo, a maçã do Vale pode ser vendida a R$ 1,40 o quilo por ser um fruto novo, em período de entressafra.
Segundo Celso, a produção e a qualidade são equivalentes ao fruto produzido na Serra. “A qualidade é comparável às outras maçãs, a vantagem é que ela entrará na entressafra. Em princípio, a produção na região seria para atender o Sul do Estado. As pesquisas apontam para uma produção na região de aproximadamente 40 toneladas por hectare, mas com o passar dos anos a tendência é ela produzir mais. A estimativa é que a produção atinja 50 toneladas por hectare”, diz Celso.
Diário do Sul