Associação que administra unidade em Criciúma também informou que apura o evento. Entidade é a mesma que cuida da creche onde um bebê apareceu com hematomas por mordida no rosto.
Uma perícia constatou “lesão corporal por queimadura” no bebê de 1 ano e dois meses que teve ferimentos no pé esquerdo em uma creche de Criciúma, no Sul de Santa Catarina, informou o delegado Marcelo Viana na terça-feira (23). O caso segue sendo investigado.
Segundo a mãe da criança, Jéssica Mota, funcionários informaram a ela que a queimadura ocorreu “na hora em que a professora foi dar banho nele” (veja relato mais abaixo). Conforme a Polícia Civil, o médico perito solicitou reavaliação em 30 dias.
O caso aconteceu na sexta-feira (19), no CEI Pingo de Gente, unidade administrada pela Associação Feminina de Assistência Social de Criciúma (Afasc), a mesma que cuida da creche onde um bebê apareceu com hematomas em todo o rosto no dia anterior. O caso é investigado separadamente.
Em nota, a associação tratou os dois casos como “comuns no contexto da infância”, mas informou que as ocorrências são investigadas rigorosamente, “em colaboração com autoridades e equipe de gestão” (veja nota completa no final da reportagem).
Diretor executivo da Afasc, Adriano Boaroli definiu os casos como situações isoladas e disse que o relatório final da sindicância interna deve ser encaminhado às famílias ainda nesta quarta-feira (23).
“Lamentamos muito pelo caso, afinal de contas, na nossa guarda estão 6 mil crianças, 40 creches e muitas famílias que dependem de nós”, informou.
Desde o incidente, o bebê de Jéssica é medicado e monitorado por equipe médica, que constatou a queimadura de 2º grau, segundo a mãe. Ele também recebe curativos diariamente.
Relato
Para a reportagem, a mãe contou que foi chamada pela escola durante a manhã e, ao chegar na unidade, a equipe relatou que a água esquentou demais sem a professora perceber.
“Ao chegar lá, o meu filho estava chorando, e ao questionar para elas [professoras] o que aconteceu, disseram que ele sofreu uma queimadura na hora em que a professora foi dar banho nele. Eu fiquei sem entender. Aí elas explicaram que o meu filho fez as necessidades fisiológicas dele a mais e necessitaria de um banho”, comenta.
Como o chuveiro da sala dele estava queimado, segundo o que a mãe ouviu da escola, o menino foi levado para o banheiro de outra turma.
“Ao que me relataram, ela estava dando banho nele e, quando o tirou [da banheira], o pé estava queimado, [disseram] que a água esquentou e ela não viu. Foi isso que passaram pra mim”, relata.
O que diz a Afasc
A Associação Feminina de Assistência Social de Criciúma (AFASC), uma instituição com mais de cinco décadas de compromisso com o bem-estar e o desenvolvimento infantil em nossa comunidade, deseja esclarecer recentes eventos ocorridos em uma de nossas unidades educacionais.
Na última quinta-feira (18), durante o período de atividades, ocorreram incidentes envolvendo duas crianças sob os cuidados da AFASC. Uma delas foi mordida por um coleguinha, enquanto a outra, possivelmente, teve contato com água quente durante o banho.
Situações como essas são infelizmente comuns no contexto da infância, onde a exploração e interação entre os pequenos são fundamentais para seu desenvolvimento. Ressaltamos que estamos investigando rigorosamente ambos os eventos, em colaboração com autoridades e equipe de gestão, visando garantir a transparência e a segurança de todos os envolvidos. É importante notar que, em um mês, uma criança na AFASC passa 176 horas na instituição, somando-se as seis mil crianças acolhidas, são mais de um milhão de horas mensais.
Uma sindicância interna já foi aberta para apurar os casos e reiteramos nosso compromisso com a segurança e o bem-estar das crianças que frequentam nossas creches, bem como com o apoio e suporte às suas famílias. A AFASC está em contato direto com os responsáveis pelas crianças envolvidas, oferecendo todo o suporte necessário, incluindo assistência médica e apoio emocional.
É importante destacar que a AFASC é uma referência em educação infantil na região, com uma estrutura completa e dedicada ao cuidado e desenvolvimento das crianças. Desde o início de nossa gestão, em 2017, ampliamos nossos serviços, passando de 31 para 40 unidades educacionais, atendendo mais de seis mil crianças, e aumentamos nossos esforços para garantir um ambiente seguro e acolhedor para todos.
Reafirmamos nosso compromisso com a transparência e a responsabilidade em todos os aspectos de nossa atuação e permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais.
Com informações do g1 SC