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Pedidos por justiça marcam o fim de semana

A população da região manifestou apoio aos familiares e amigos, e todos juntos foram às ruas para pedir o fim da impunidade.

O fim de semana foi marcado por duas manifestações na região. No sábado, familiares, amigos e colegas foram às ruas de Tubarão e pediram por justiça pela morte da jovem Mariana Matei, de 15 anos, assassinada há um ano. E ontem, mais um protesto, desta vez em Jaguaruna. Amigos e familiares de João Otávio Zilli, 23 anos, questionavam se uma vida valia R$ 5 mil. João morreu há nove dias em um acidente entre um carro e uma moto.

A passeata em lembrança a Mariana ocorreu às 16 horas deste sábado e mais de 300 pessoas prestaram solidariedade e apoio aos pais da garota. O percurso foi da antiga rodoviária em direção ao Farol Shopping. Os manifestantes pediam por celeridade no julgamento, conforme o site Notisul.

“A manifestação foi muito bonita. Por ser um dia de sol e propício à praia, acreditei que não teria tantas pessoas, mas a população pede por justiça e foi isso que fez eles participarem. Queremos que o julgamento ocorra o mais rápido possível e que seja realizado em Tubarão. O crime foi aqui e não é justo que o assassino seja julgado em outra comarca”, protesta a mãe de Mariana, Maria Aparecida Corrêa Matei.

Maria Aparecida afirma que não deseja nada além da justiça e acredita que só em ser condenado, o suposto assassino, Leonardo Matheus Rocha, 21 anos, pagará por tudo o que fez. “Não vou dizer que já perdoei, mas não quero nada de mal a ele. O meu único sentimento é de compaixão. A minha filha não voltará mais. Espero que no presídio ele reflita e saia de lá modificado, regenerado, uma pessoa melhor”, assegura.

A mãe da jovem assassinada esclarece que a família não possui advogados para cuidar do caso e que eles acreditam no trabalho da promotoria. “Conversamos constantemente com o promotor. Não pedimos nada mais que agilidade. Essa brutalidade não pode ser esquecida e ficar impune”, finaliza Maria.

Relembre o caso de Mariana

Mariana foi assassinada no dia 30 de janeiro do ano passado, no bairro Congonhas. Por volta das 6h20min, uma pessoa percebeu muito sangue em uma estrada de chão, na localidade. O rastro levava a um matagal, onde estava o corpo da jovem de 15 anos, deitada de bruços. Guarnições da Polícia Militar foram acionadas e localizaram a garota próximo de um cercado em meio à vegetação. Exames apontaram que ela foi vítima de traumatismo craniano. Leonardo Matheus Rocha, principal suspeito, foi detido no dia 5 de fevereiro ao tentar fugir. No dia seguinte, já recluso no Presídio Regional Masculino de Tubarão, ele confessou ser o autor do crime.

O acidente de João Otávio

A colisão ocorreu por volta das 18 horas no último dia 23. O casal estava em uma CG 125 quando colidiu de frente com um Fiesta, de Siderópolis. Com a pancada, ambos foram atingidos nos braços e gravemente nas pernas. Os dois precisaram amputar as pernas esquerdas. Horas depois, ele não resistiu aos ferimentos e morreu. O motorista do Fiesta foi preso em flagrante por embriaguez e lesão corporal. Ele foi encaminhado ao Presídio Regional Masculino de Tubarão. Porém deverá responder em liberdade. O motorista pagou fiança de R$ 5 mil.

“Uma vida não pode valer R$ 5 mil”

A passeata que ocorreu ontem em homenagem ao jovem João Otávio Zilli, de 23 anos, foi realizada com o intuito de reivindicar mais segurança nas estradas da região e mostrar que bebida e direção não combinam. Foi por causa da embriaguez ao volante que um homem de 51 anos, que dirigia um Ford Fiesta, colidiu na motocicleta que João Otávio e sua namorada Samantha Teixeira da Rosa, 22 anos, estavam no último dia 23.

João faleceu horas depois e a passageira da moto continua hospitalizada. Hoje, Samantha passará por uma intervenção cirúrgica na mão. O motorista do carro foi preso em flagrante, mas pagou fiança de R$ 5 mil e deve responder em liberdade.

“O João era um rapaz muito bom. A dor de ter perdido o meu primo é grande e será muito difícil viver sem ele. Queremos que este senhor pague pelo que fez, mas dentro da prisão. Uma vida não pode ter valor financeiro. Temos sentimentos e não somos máquinas”, destaca a prima da vítima, Joice Zilli.

De acordo com ela, a passeata saiu às 8 horas de Içara e chegou à estrada geral de Esplanada, em Jaguaruna, pouco mais de 9 horas. Cerca de 100 pessoas participaram do ato. “Parece que ele não está arrependido de nada, não procurou os familiares, não mostrou sentimento. Na hora do acidente este senhor falou: ‘Ele só perdeu a perna e nada mais’. É inacreditável uma pessoa agir assim”, lamenta Joice.

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