Políticos e membros de entidades e sindicatos entraram com requisições nesta terça (23). Governador não comentou pedidos e disse que vai seguir trabalhando para o estado crescer.
Nesta terça-feira (23), foram protocolados na Assembleia Legislativa de Santa Catarina – Alesc pedidos de impeachment contra o governador Raimundo Colombo. Eles surgem após a citação do político na delação da JBS, divulgada na última sexta-feira (19).
De acordo com a assessoria de imprensa da Alesc, 33 pedidos foram protocolados nesta tarde por pessoas físicas solicitando o impeachment . Essas pessoas integram o Fórum de Lutas em Defesa do Direitos, que compreende movimentos sindicais, de servidores públicos e privados, estudantes, além de entidades religiosas.
Segundo o presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais do Tribunal de Contas do Estado, Sidnei Silva, o pedido tem como fundamentação a alegação de suspeita de desvio para o Fundo de Desenvolvimento Social R$ 615 milhões referentes ao ICMS, abatidos da Celesc, em 2015. O caso é investigado pelo Tribunal de Contas do Estado – TCE.
Na mesma tarde, um pedido de impeachment do PSOL, assinado pelos vereadores de Florianópolis, Afrânio Boppré, e Marcos José de Abreu, o Marquito, além de Rafael Rodrigo Melo, integrante do partido, foi protocolado.
O pedido do partido tem como embasamento as delações da JBS. Conforme Marquito, as condutas apontadas configuram crime de responsabilidade passível da perda do cargo e inabilitação por até cinco anos.
Ainda segundo a Alesc, esses documentos serão encaminhados à presidência da Casa para análise. Os próximos passos da tramitação, caso a documentação seja aprovada, consistem em envio de cópia ao governador para defesa e criação de comissão de análise.
A reportagem questionou o governador Raimundo Colombo, por meio da assessoria de imprensa, sobre os pedidos de impeachment. Ele não comentou os pedidos. Em nota, ele afirmou que “vai trabalhar ainda mais para garantir que Santa Catarina continue crescendo e gerando empregos”.
Pedidos anteriores
Segundo a Alesc, tramita desde 27 de abril outro pedido de impeachement contra Colombo protocolado pela bancada do PSOL.
Já em 26 de outubro de 2016, outro pedido, também assinado pelo fórum, foi arquivado. Na época, com a nomenclatura Fórum Catarinense em Defesa do Serviço Público, por 29 dirigentes sindicais, juristas, integrantes do núcleo catarinense pela auditoria da dívida pública, além do vereador Lino Peres (PT) e do deputado federal Pedro Uczai (PT).
De acordo com a Alesc, o documentação foi arquivada por estar inadequada.
Delação
Na gravação da delação, feita no dia 5 de maio, o diretor de Relações Institucionais e governo na holding J&F, que controla a JBS, Ricardo Saud, afirma que foram pagos R$ 10 milhões em propina para a campanha de Colombo nas eleições de 2014. O objetivo, segundo Saud, era obter facilidades na licitação para comprar a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento – Casan.
O governador nega qualquer irregularidade. Em entrevista na segunda-feira (22), Colombo contestou a validade das afirmações de Ricardo Saud sobre propina para negociar Casan. “Um delator, sob pressão, ele vende a mãe. E foi exatamente o que esse sujeito fez. Não há nenhuma prova, é de uma irresponsabilidade absurda. Eu espero que seja tratada com a responsabilidade que nós merecemos”, disse Colombo.
Com informações do site G1 SC