Vítima de uma encefalite viral, Mary Rocha chegou à marca de 65 poesias e deseja lançar obra intitulada “Escritos Meus".
Mariane Rocha, ou Mary Rocha, como gosta de ser chamada, tem 27 anos. Quando ainda tinha apenas oito meses de vida foi vítima de uma encefalite viral, uma inflamação aguda do cérebro causada por um vírus, podendo ocasionar consequências graves. No caso dela, a doença acabou comprometendo a capacidade motora e a fala.
Para realizar atividades simples do dia a dia, como se alimentar, ir ao banheiro ou tomar banho, a jovem, que também é cadeirante, conta com a ajuda de sua fiel companheira, sua mãe, Marli Oliveira. Já para se comunicar, utiliza uma espécie de lâmina de papel onde estão todas as letras do alfabeto e alguns símbolos, que, com as ponta dos dedos, Mary vai apontando letra por letra até formar cada palavra de uma frase.
Apesar das limitações, a inteligência e a intelectualidade dela estão intactas. Era aluna da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – Apae e, aos oito anos, entrou para o Ensino Fundamental e concluiu o Ensino Médio em 2011.
Paixão pela literatura
Enquanto os colegas de sala de aula praticavam esporte na aula de Educação Física, a atividade de Mary era outra, a leitura. Como não participava das aulas, ela optava por ir para a biblioteca, onde ficava submersa nas páginas de livros de autores como Mário Quintana e Vinícius de Morais. “Foi naquele momento que me apaixonei pela literatura. A partir daquele dia, comecei a escrever poesias, histórias de romance e contos para adultos em casa”, contou Mary.
O hobby virou um sonho para a escritora anônima: lançar um livro. Há dois meses ela passou a escrever novos textos e chegou à marca de 65 deles. “Minha ideia é montar um livro poético, intitulado “Escritos Meus”. A obra é metade de classificação livre e metade para adultos, claro, tudo bem organizado”, descreveu.
Para conseguir concluir o livro, já passando por uma revisão da própria Mary e em fase de finalização, a escritora precisa de uma alta quantia em dinheiro. “Eu e minha mãe vivemos com um salário mínimo, que é destinado para comida, água, luz e o meu tratamento. Fiz um orçamento com uma editora e o valor ficou em aproximadamente R$ 10,5 mil”, explicou Mary.
Quebrar tabus
Segundo Mary, seus objetivos em lançar a obra são três. “Primeiro é realizar o meu sonho. O segundo é ser reconhecida como uma escritora e o terceiro é quebrar tabus. Muitas pessoas acham que a gente não entende as coisas por conta das nossas limitações. Mas olha para mim, eu, uma cadeirante, escrevendo contos para adultos”, sorriu.
A alegria e o orgulho ficam estampados no rosto de Marli quando fala sobre os desejos da jovem. Ela conta que a vida da filha se resume as idas à fisioterapia e à literatura. “É ali que ela passa o dia, a noite e até a madrugada. A gente vê que, enquanto muita gente reclama, ela está ali, sem querer desistir”, destacou.
Mary até está tentando uma forma de viabilizar o livro de forma gratuita com uma outra editora, mas a fila de espera é longa. “Peço ajuda a algum patrocinador, uma empresa ou até mesmo uma pessoa em anonimato que queira me ajudar de alguma forma para concluir o “Escritos Meus”. Só quero me tornar uma escritora profissional”, concluiu.
Interessados em ajudar podem entrar em contato pelo telefone (48) 9 9904 5776 e conversar com Marli Oliveira.
Com informações do site Clicatribuna