Camaro e R$ 250 mil estão entre apreensões da operação intitulada "Formiga". Esquema de contrabando de bebidas teria movimentado R$ 18 milhões.
A Polícia Federal em Dionísio Cerqueira, no Oeste catarinense, informou na tarde desta terça (2) que todos os mandados da Operação Formiga, que investiga o contrabando de produtos da Argentina para o Brasil, foram cumpridos. Entre as maiores apreensões, estão um Camaro, R$ 250 mil em dinheiro e 70 mil pesos argentinos.
"Os objetos e dinheiro foram apreendidos como uma forma de ressarcir a união dos prejuízos causados pela sonegação de impostos", informou o delegado Sandro Luiz Bernardi, responsável pela investigação.
Conforme o site G1 SC, a Polícia e a Receita Federal estimam que R$ 4,8 milhões foram sonegados em impostos em um esquema que movimentou R$ 18 milhões com contrabando de vinhos e energéticos.
Segundo o delegado, ninguém foi preso. A Justiça entendeu que os envolvidos no esquema poderia cumprir medidas cautelares, como pagamento de fiança e bloqueio de bens. Um dos envolvidos chegou pagar R$ 100 mil de fiança.
Na terça-feira, houve a apreensão de apenas uma carga de vinhos, mas outras já haviam sido apreendidas anteriormente."Desde 2013, diversas vezes apreendemos cargas na fronteira, como vinhos, energéticos e desodorantes. Nós interrogamos diversas pessoas do esquema, de quem fazia o transporte até a distribuição", completou o delegado Bernardi.
Mandados
Ao todo, foram expedidos 16 mandados de busca e apreensão e 17 mandados de condução coercitiva, quando a pessoa é levada à delegacia para prestar esclarecimentos. Eles foram cumpridos em duas cidades de Santa Catarina – Dionísio Cerqueira e Xanxerê, ambas no Oeste – e cinco cidades do Paraná – Barracão, Santo Antônio do Sudoeste, Francisco Beltrão, Marmeleiro e Curitiba.
Conforme Bernardi, a polícia fará a análise do material apreendido e das informações colhidas nos depoimentos da condução coercitiva. Não é descartada a possibilidade de fazer uma nova etapa da operação, disse o delegado.
O esquema
Em 2013, foi encontrado um galpão em Marmeleiro, no Paraná, onde eram estocadas as bebidas para redistribuição a comércios brasileiros. O transporte do exterior até o galpão era feito em pequenas quantidades, e depois transportados em caminhões com notas falsas.
Ao todo, quatro grupos, que foram caracterizados como organização criminosa, forneciam produtos para Francisco Beltrão, Marmeleiro e Pato Branco, a partir de Barracão e Santo Antônio do Sudoeste. Depois, as mercadorias iam para compradores da região Sul e São Paulo.
Servidores públicos corrompidos
Servidores públicos foram corrompidos para facilitar as transações, de acordo com as investigações. Segundo a PF, um servidor da Receita Federal e dois vigilantes da Aduana da cidade de San Antônio, na Argentina, participavam do esquema para um empresário paranaense.
Já em Dionísio Cerqueira, um policial militar fazia a função de 'informante' e 'batedor' de cargas de outro empresário paranaense, para que a carga contrabandeada entrasse no país sem problemas. O PM foi afastado.
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