As caravelas, comuns no Litoral de Santa Catarina, podem causar envenenamento; é importante ter alguns cuidados ao entrar no mar
Segundo o boletim da temporada de Veraneio, divulgado nesta quinta-feira (26) pelo CBMSC (Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina), o aumento de casos nas ocorrências de águas-vivas chegou a 244%. Foram 11.897 ocorrências só em 2023. Em 2022 foram 3.458.
Para evitar o crescente número de casos, o CBMSC afirma que é fundamental verificar se há a bandeira lilás no posto de guarda-vidas antes de entrar no mar, pois a sinalização indica a presença das águas-vivas.
De acordo com coordenador do projeto de monitoramento das águas-vivas da praia do Campeche e na Barra da Lagoa, em Florianópolis, o professor Alberto Lindner, do CCB (Departamento de Ecologia e Zoologia do Centro de Ciências Biológicas), o aparecimento das caravelas (espécie de água-viva comum no Litoral catarinense) aumenta por alguns fenômenos.
“A lestada, que são os ventos do leste acabam transportam esses animais de alto-mar para as áreas litorâneas. Mas não só a lestada, o vento nordeste, comum no verão de Santa Catarina, vai trazer a caravela”, comenta.
O professor também explica alguns mitos que existem em torno desses animais.
“Na verdade, são dois tipos de organismos: a caravela portuguesa, aquela bem roxa, que fica boiando. E o outro chamado de Medusa, elas tem aquele formato de guarda-chuva. São animais de águas quentes. E é justamente no verão que esses animais vêm encalhar aqui nas praias em Santa Catarina, trazidas pelos ventos”.
Segundo o pesquisador, as caravelas não causam “queimaduras”, mas sim um envenenamento, geralmente mais grave do que aquele causado pela maioria das espécies de águas-vivas.
Os tentáculos possuem pequenas cápsulas que injetam veneno através de micro arpões, chamados nematocistos, quando acidentalmente tocam a pele humana.
Como agir em casos de acidentes
- Saia da água imediatamente, porque o envenenamento pode causar câimbras e há risco de afogamento;
- Lave com água do mar para retirar restos de tentáculos aderidos;
- Lave com vinagre por alguns minutos para desativar o veneno e prevenir novas inoculações na pele;
- Amenize a dor com água do mar gelada ou gelo artificial envolto por panos. Essas compressas frias têm efeito analgésico para vários tipos de envenenamentos com caravelas ou águas-vivas.
O que não fazer
- Nunca urine, nem use substâncias como álcool ou refrigerante sobre a lesão, pois não há comprovação de eficácia dessas substâncias em amenizar os efeitos da lesão;
- Nunca lave com água doce, uma vez que a medida pode aumentar o envenenamento e agravar a lesão;
- Evite usar toalhas, areia ou outro material abrasivo para retirar restos de tentáculos, pois isto também pode aumentar a injeção de toxinas por explodir as cápsulas com veneno.
Com informações do ND+