Parece um pouco estranha a pergunta que intitula minha opinião de hoje, mas após divulgação dos resultados nesta semana, é urgente que se leve ao leitor uma informação, a partir da análise de “países desenvolvidos “, de como caminha a educação brasileira.
“A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE é uma organização internacional composta por 35 países e tem como objetivo promover políticas públicas voltadas para o desenvolvimento econômico e o bem-estar social ao redor do mundo”. Coordena uma rede mundial de avaliação de desempenho escolar, conhecido como “Programa Internacional de Avaliação de Alunos-PISA”, realizado pela primeira vez no ano 2000, e se repete a cada três anos, com o objetivo de melhorar as políticas e resultados educacionais.
O PISA consta de uma avaliação baseada em três áreas do conhecimento: Português, Matemática e Ciências, aplicada a estudantes na faixa dos 15 anos, a cada três anos. O Brasil participa desde a primeira edição da avaliação, ocasião em que teve o pior desempenho, ficando em último lugar dentre os 32 países participantes. Nas edições posteriores o nível pouco mudou, deixando evidente que nosso sistema educacional é falho e que grande parte da população brasileira se classifica como “analfabeto funcional”, pois lê e escreve, mas não interpreta. É preciso dominar Português para compreender as informações e aprender todas as disciplinas, porque ler é penetrar nas entrelinhas, é decodificar o mundo.
Além da educação, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico- OCDE consta de vários indicadores a partir dos quais avalia o desenvolvimento de um país. Dos onze estabelecidos pela Organização, o Brasil atingiu nível satisfatório apenas em quatro. Analisados todos os indicadores são elaborados relatórios entregues ao governo para que medidas sejam tomadas.
Como minha área é educação vou compartilhar com vocês alguns dados que não podem ficar escondidos, até por que ouvimos incansavelmente discursos que o analfabetismo no Brasil foi erradicado, que há escola para todos, ensino de qualidade, todos na universidade, enfim dados irreais, mas que surtem efeitos, afinal mais da metade da população é “analfabeto funcional”, não é mesmo? Mas, de nada adiantam números, estatísticas, fantasias quando a realidade é outra. As avaliações derrubam as máscaras, as provas são irrefutáveis.
Conforme divulgados esta semana pela Organização aqui estão alguns dados: mais da metade dos brasileiros não tem diploma de ensino médio; estamos entre os países com menores gastos por alunos; falta de capacitação técnica de empregados; mulheres têm mais diplomas, mas menos empregos e salários menores, ganham em média 24% menos que os homens, entre tantos outros.
De acordo com a Organização, estamos longe de ser um país desenvolvido. Reformas são necessárias no curto, médio e longo prazo, enfatizando também a importância do combate à corrupção para “atrair investimentos e restaurar a confiança dos cidadãos nas instituições”.