O mundo inteiro acompanhou perplexo o drama dos meninos tailandeses ilhados numa caverna, que para a maioria da população mundial, sem perspectivas de saírem com vida de lá. Mas, o que parecia impossível aconteceu. Milagre, dizem os que têm fé. Mas, o que é um milagre? Pode acontecer para qualquer um? Ou existem os escolhidos? Será que milagres existem? Essas e tantas outras indagações são feitas…
Segundo o dicionário “Milagre é um acontecimento extraordinário, incomum ou formidável que não pode ser explicado pelas leis naturais; sinal ou indício de que há interferência divina na vida dos homens”, mas sua existência só pode ser entendida por aquele que tem a força que move os milagres: a fé. Ao nos criar Deus nos deu liberdade absoluta para viver como se ele não existisse, e muitos o fazem. Ele só entra em nossa vida se permitirmos, e só o fazemos se tivermos fé. Então, milagres existem? A resposta depende de cada um de nós.
A Tailândia tem como princípio “o amor pela vida”, e provavelmente movidos por esse preceito, pela fé, pela confiança que depositavam no treinador, esses meninos tiveram forças para suportar com resignação o horror de estar na escuridão, sem alimento, pouco oxigênio, sem família… Quanto medo, ansiedade, angústia experimentaram esses adolescentes, mesmo sob a proteção do mestre, que dispunha de uma única ferramenta para ajudá-los: sua fé. Mostrou que na força interior que temos está o poder para vencer os obstáculos. Ensinou-os a meditar e deu aos meninos a confiança que precisavam, evitando assim desequilíbrio emocional, poupando as energias, dando esperanças da vitória, que talvez não chegasse. Havia entre professor e aluno uma sintonia, a começar pela vida que tinham: cresceram pobres e alguns sem pátria, pois perderam a nacionalidade de origem e não adquiriram outra.
Quantas lições podemos aprender com “os meninos da caverna”! Mostram-nos que por maiores que sejam as dificuldades da vida, está dentro de nós a força que nos fará caminhar em busca de nossos sonhos; que nossa mente nos impulsiona; que todos somos capazes dependendo de nossa maneira de pensar; que os tropeços no caminho fortalecem as conquistas. Os meninos nos ensinaram que o bem maior que temos é a vida.
O professor e as equipes de resgaste, verdadeiros heróis, que arriscaram a própria vida e tiveram a recompensa de perceber em cada olhar a gratidão, que mesmo com os corpos enfraquecidos sorriam ao agradecer. O milagre aconteceu, não há como negar.
Do drama dos “meninos da caverna”, fica a lição maior: existe uma força inexplicável quando mentes e corações se unem para que o bem vença… É uma força superior, extraordinária capaz de interferir numa situação que precisamos. Por que não unirmos os povos para a busca da paz?