Após o término das eleições, inúmeros são os analistas políticos que tentam explicar o fenômeno das urnas. Atemo-nos ao Estado de Santa Catarina:
Mais uma vez as pesquisas de intenção de votos prestaram um grande desserviço à democracia catarinense. As vésperas das eleições o candidato Paulo Bauer (PSDB) oscilava na faixa de 16 a 17% e emplacou nas urnas com 29,90% dos votos. Ninguém cresce 13% da noite ao dia. O candidato do PT, Claudio Vignatti, aparecia nas pesquisas com 9 a 10% das intenções de votos e sacramentou-se nas urnas com 15,56%. Por aproximadamente menos de 2% as eleições não foram levadas ao segundo turno. É urgente para a organicidade e maturidade da democracia nacional a regulamentação das pesquisas em vésperas de eleições.
A vitória de Raimundo Colombo (PSD) é a vitória do PMDB de Luiz Henrique da Silveira e das Secretarias Regionais (SDR’s). As mesmas que o candidato da suposta mudança, Paulo Bauer (PSDB), não teve a coragem de publicamente dizer que as extinguiria. Ainda que refém do PMDB, partido que dá as ordens dentro do governo Colombo, o PSD conseguiu aumentar a bancada na Assembleia Legislativa, subindo de 8 para 9 deputados. Nos bastidores, alimenta-se a esperança de uma maior autonomia política do governador, afrouxando o cabresto imposto pelo PMDB.
Na corrida para o senado, Dário Berguer (PMDB), atropelou Paulo Bornhausen do PSB. A vitória de Dário o faz naturalmente pré-candidato ao governo do Estado em 2018. Dário é um dos políticos com o maior número de processos em julgamentos em tramite, porém, a biografia política do candidato pouco importa ao PMDB. Por sua vez, Paulo Bornhausen acumula a segunda derrota na disputa para o senado. Derrota que fragiliza a relação com o grupo político do PMDB.
O PP comemora com fogos de artifícios a votação histórica do ex-senador e ex-governador Esperidião Amin (PP) para a Câmera Federal com 229.668 votos. A eleição de Amin e do filho João Amin, recupera o poder de articulação da família Amin dentro do Partido Progressista.
O PSD se afirma com a eleição de Gelson Merísio, sendo o deputado estadual mais votado de Santa Catarina. Nome natural que disponta para as eleições de 2018 ao lado de João Rodrigues (PSD).
Outros fatos marcantes no cenário político catarinense foram: o encolhimento do PT em Santa Catarina e as candidaturas bem sucedidas de políticos que conseguiram eleger-se abaixo de muito dinheiro, por pressão de seus padrinhos e patrocinadores, e no abuso do poderio de alguns segmentos.
O voto do cabresto e do medo ainda não foi superado. Tem muito “coronel” e “coronelismo” assaltando a soberania de um Estado livre de Direito.
Ao governador Colombo, e seus inúmeros aliados, desejamos sucesso. E aos prefeitos, professores, policiais e profissionais da saúde; muita paciência. Em 2018 tem mais!
Conexão Capital
Em plena onda de atentados no Estado já tem suplente atrás de cargos.