Conforme Moacir, as secretarias de Obras e de Agricultura foram encontradas sem máquinas essenciais para a limpeza da cidade
Carros sem condições de uso, fios de computadores cortados e muitas dívidas. Essa foi a situação que o prefeito recém-empossado de Capivari de Baixo, Moacir Rabelo (PP), afirma ter encontrado no primeiro dia de seu governo. Os integrantes do novo governo, segundo Moacir, estão buscando soluções para normalizar os serviços mais urgentes, como limpeza pública e saúde, que estão prejudicados por falta de estrutura.
De acordo com Moacir, não houve transição entre o seu governo e o anterior, liderado por Luiz Carlos Brunel (PMDB). “Temos protocolado todos os pedidos que enviamos, pedindo vista das informações necessárias para fazer uma transição eficaz, mas não tivemos retorno sobre nenhum deles”, ressaltou o prefeito em entrevista ao jornal Diário do Sul.
Conforme Moacir, as secretarias de Obras e de Agricultura foram encontradas sem máquinas essenciais para a limpeza da cidade, como roçadeiras, e até mesmo com falta de pás e enxadas. Em relação à coleta de lixo, o prefeito afirma que talvez seja necessário fazer um contrato emergencial, para que a cidade não fique sem o serviço. “A situação que encontramos inviabilizou nossa primeira ação, que seria fazer uma limpeza em toda a cidade. A situação da saúde também é muito preocupante, pois temos falta de medicamentos e de carros para o transporte de pacientes”, revela.
Devido à situação, o prefeito acredita que pode ser necessária a contratação de veículos para conduzir pacientes que têm procedimentos cirúrgicos ou tratamentos como quimioterapia já agendados.
Em relação aos veículos escolares, também há problemas. “Temos ônibus que parecem estar conservados, mas na verdade estão com problemas mecânicos que colocam em risco a segurança dos passageiros. Também temos veículos sem seguro, com multas. Poucos estão em condição de uso”, argumenta. Moacir salienta que será solicitado um laudo mecânico de todos os veículos da prefeitura, para identificar os problemas.
Os computadores que armazenavam o sistema de gestão dos veículos, como combustível, entrada e saída, tiveram os fios cortados, e alguns foram formatados, segundo o prefeito. “Isso é um ato criminoso”, lamenta.
Conforme o secretário de Comunicação, Isac Alborgehtti, no último domingo ele teria flagrado membros do antigo governo queimando papéis dentro das instalações da prefeitura.
Cem dias
O prefeito Moacir Rabelo afirmou que nos próximos 100 dias será feito um levantamento de toda a situação da prefeitura de Capivari e serão apresentadas propostas para cada setor. “Precisamos de um tempo para tomar pé da situação porque existem contas atrasadas, falta de pagamento de fornecedores, contratos com problemas, muitas coisas que precisam ser analisadas. Até sem internet estamos”, conta. Conforme o prefeito, as dívidas deixadas devem totalizar cerca de R$ 7 milhões.
Prefeitura de Capivari de Baixo
Parece filme repetido, com os personagens mudando de papel: a situação é similar à de janeiro de 2009, quando o então prefeito recém-empossado, Luiz Carlos Brunel Alves, convocou a imprensa para apresentar veículos que teriam sido deixados fora de uso pela administração do próprio Moacir, prefeito de 2005 a 2008. Na época, Brunel afirmou: “Parece que um tsunami passou por aqui”.