Estado ofereceu a descompactação da tabela salarial, mas não dentro do exigido pelos professores.
Os professores têm tudo para deflagrarem hoje o movimento de greve, conforme anunciado ainda no mês passado. A proposta apresentada ontem pelo secretário estadual de educação, Educado Deschamps, não atendeu às reivindicações do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte).
Conforme o projeto de revitalização da carreira do magistério, o governo pretende descompactar a tabela salarial da categoria, mas o pagamento do reajuste de 22,22% previsto na lei nacional do piso, não será paga a todos os docentes, conforme o Sinte reivindica.
“Eles deram 8% para todos os servidores do estado, inclusive para nós. Agora querem tirar este percentual para poder pagar o reajuste”, lamenta a vice-coordenadora do sindicato, Janete Jane da Silva.
Este valor seria pago de forma parcelada até dezembro do próximo ano. “A primeira parcela deve ser paga em agosto e a segunda somente em janeiro de 2013”, detalha Janete.
A descompactação da tabela é um pedido antigo da categoria. “Em 2010, a diferença entre um professor com ensino médio e um com graduação chegava a 62%. No ano passado esta diferença caiu para 16%. Hoje é de 2%. Praticamente todos ganham o mesmo. Não é justo”, justifica.
A proposta do governo é aumentar esta diferença para 30% e 75%, conforme a graduação do docente. Este plano será levado à assembleia geral, hoje à tarde, em Florianópolis. “Não temos como prever os encaminhamentos da categoria. Eu, particularmente, votarei pela greve”, antecipa a vice-coordenadora.
Proposta recusada
• No dia 14 do mês passado, o estado ofereceu o pagamento do reajuste de 22,22%, previsto na lei do piso nacional do magistério, mas apenas para os professores em início de carreira.
• O retroativo a janeiro e fevereiro seria pago em duas parcelas (julho e setembro). Para os educadores com graduação e especialização, a intenção é dividir o pagamento do reajuste em três parcelas: uma este ano e as outras em 2013 e 2014.
• Em assembleia no dia seguinte, a proposta foi integralmente rejeitada por unanimidade. Nesta mesma ocasião, os professores votaram pela paralisação das atividades, a partir da próxima terça-feira.
• Os professores estão em estado de greve desde o fim do movimento deflagrado no ano passado, que durou 62 dias. Foi uma das maiores paralisações já feitas em Santa Catarina nos últimos 20 anos.
Notisul/Angelica Brunatto