Os escândalos de corrupção revelados na operação lava jato cumpri um grande favor para a democracia brasileira. Torna público e claro que a corrupção está institucionalizada e presente nos mais diversos partidos políticos. Não existem mocinhos e vilões, anjos e demônios, os partidos ocupam a mesma “vala comum”, ou, “fossa comum”.
O corporativismo que visa o assalto ao bem público é plural e associativo. Deixa de ser exclusividade de uma determinada legenda e adquire uma dimensão suprapartidária; vai da direita à esquerda, da esquerda à direita em um movimento pendular. Salvo alguns desvio padrão.
O momento de falência moral dos partidos revela o que já sabemos: os partidos políticos não são mais um organismo vivo de comunicação social, movidos por uma ideologia a serviço da sociedade. Os partidos políticos tornaram-se símbolo de balcão de negócio, de esquemas lucrativos e reduto de classes a serviço de interesses exclusos.
Na atual conjuntura muitos são os motivos para desacreditar e desistir da política e dos partidos políticos. Porém, não me parece justo dogmatizar o erro de alguns em cima de todos. Há quem faça política de forma justa e honesta. A estes o desafio de continuar lutando contra os parasitas da Nação.
Aos eleitores, simpatizantes, filiados e militantes de qualquer partido, emerge o compromisso de não compactuar com os crimes partidários. Militância cega, fanática e agressiva, incapaz de reconhecer o desvio de conduta ética e moral interna, favorece ainda mais a corrupção e blinda os malfeitores do dinheiro público. Ter partido sim! Favorecer a corrupção e corruptores, não!
A melhor forma de purificarmos os partidos políticos é provocarmos uma verdadeira discussão ética, que vá além do fanatismo ideológico. A estrutura do fanatismo é pensar que dentro de determinada legenda só há anjos, e fora dela, só há demônios.
Nem anjos nem demônios, queremos seres políticos comprometidos com aquilo o qual Platão denominou como a mais nobre vocação do homem: fazer o bem para a comunidade. Platônico sim, impossível não!
Conexão Capital
Poucos políticos circularam no manifesto contra a corrupção na capital. Alguns acharam ser mais seguro ficar em casa batendo panelas.