A administração, o marketing, a sinergia e a inovação englobam a gestão e a economia e suas perspectivas não poderiam ficar de fora do maior evento do gênero no Sul catarinense que tem como palco a Associação Empresarial de Criciúma (Acic). Para falar sobre o cenário tão presente em todas essas questões e que está em tudo no dia a dia, a EXPOMAIS – Encontro Sul-Brasileiro de Administração, Marketing, Inovação e Sinergia recebeu o superintendente de riscos e economista-chefe do Banco Cooperativo Sicredi, Alexandre Barbosa.
A projeção segundo ele é positiva, mas depende muito da estabilidade política. Caso o cenário político de fato se restabeleça, Alexandre prevê um aumento de 2,5% no Produto Interno Bruto (PIB) e a diminuição do desemprego no país.
De início, o superintendente agradeceu a oportunidade de estar entre os palestrantes da EXPOMAIS já informando ao público que falar de economia é sempre difícil. “E fica mais difícil ainda quando a política se mistura e deixa tudo mais complexo para projetar o cenário econômico”, pontuou. Crescimento, recessão, inflamação, perspectivas. Tudo foi detalhado para fazer com que o público entendesse quais serão os próximos caminhos do Brasil.
Em gráficos, Alexandre iniciou a Palestra MAIS recapitulando dados acerca da economia não somente no país, como em todo o mundo. A boa notícia dada por ele é de que a chamada crise tende a diminuir com a ressalva dos rumos que deve tomar o cenário político.
Segundo ele, a crise econômica deu início em 2015 se agravando em 2016. “Estamos mais ou menos R$ 340 bilhões distantes de onde a gente tem que estar. É um rombo enorme e o rombo maior é na previdência. Somente no ano passado, a previdência custou R$ 230 bilhões. A previdência no Brasil é insustentável e ela tende a piorar. Sem a reforma não vamos conseguir ajustar as contas públicas”, alertou.
O superintendente ainda relatou que não há uma crise no mundo e que isso favorece o Brasil. “A grande crise foi em 2009 atingindo outros países. Mas a crise a qual está foi gerada aqui dentro, no país. Outra boa notícia é esta. Não há uma crise mundial que possa nos atingir, pelo menos por enquanto. A crise de agora está especificamente no Brasil”, disse.
Principais causas
Alexandre elencou as principais causas da instabilidade na economia brasileira, caracterizada por ele como os excessos que são: forte intervenção no mercado de crédito, queda forçada da taxa de juros, uso das empresas estatais para estimular crescimento de curto prazo, intervenção estatal para controle da inflação, deterioração e falta de transparência das contas públicas, política dos “campeões nacionais”, política de conteúdo nacional e a interferência no mercado de câmbio.
“E tanto o aumento do preço quanto a inflamação é um mal e a economia se torna menos previsível e vice-versa. Mais importante do que estar crescendo é estar crescendo sem inflação e isso é muito importante para os países emergentes e para o nosso país também”, complementou.
O superintendente do Sicredi reforçou que, tanto as reformas, trabalhista, da previdência e tributária, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Teto dos Gastos, privatizações, Taxa de Longo Prazo (TLP) e a terceirização são os caminhos para tornar o cenário econômico brasileiro positivo. “Mas repito, tudo dependerá da política”, concluiu.
Colaboração: Talise Freitas – Ápice 360