Grupo induzia crianças e adolescentes a trocar a roupa no estúdio, segundo a polícia. Ao menos 120 menores de SC e SP foram vitimados.
A companheira do fotógrafo de 58 anos, preso em Balneário Camboriú suspeito de produzir pornografia infantil e vender para deep web, também é um dos 10 alvos da operação internacional contra pornografia infantil deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (28). A mulher foi indiciada por três crimes, enquanto o homem, por seis.
De acordo com o delegado Maurício Todeschini, além dela, outra mulher também está entre os envolvidos no esquema. Na investigação, o homem é suspeito de comercializar as imagens, praticar crimes sexuais e “induzir as modelos a trocarem de roupa em seu carro e em seu estúdio fotográfico”.
No total, a PF identificou mais de 120 crianças e adolescentes brasileiras, com idades entre 4 e 17 anos, que teriam sido vítimas do grupo. O relato mais antigo de abuso sexual que a polícia teve acesso teria sido cometido pelo fotógrafo há 29 anos. A vítima, na época era uma criança, mas denunciou o caso já adulta.
A maioria das vítimas seria de Santa Catarina, mas também há casos em São Paulo, segundo o delegado. As investigações tiveram o apoio da Interpol e da agência norte-americana de segurança, a Homeland Security Investigations (HSI).
Indiciamentos
- Segundo a PF, a companheira do fotógrafo foi indiciada pelos crimes: registro não autorizado da intimidade sexual; organização criminosa; e crime previsto no artigo 240 do Estatuto da Criança e do Adolescente (produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente).
- Fotógrafo preso preventivamente: organização criminosa; violação sexual mediante fraude; importunação sexual; assédio sexual; registro não autorizado da intimidade sexual; estupro de vulnerável; e crimes previstos no artigo 240 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Além da prisão, sequestro e bloqueio de bens, foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão em Balneário Camboriú, Santana do Parnaíba (SP), Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
Investigação
De acordo com a PF, os crimes ocorriam desde 2001, quando garotas eram convencidas a serem filmadas e fotografadas com roupas de banho e sem peças íntimas, sob a promessa de que o material seria utilizado para agenciamento de modelos. No entanto, as imagens eram vendidas em sites da República Tcheca, Estados Unidos e Rússia.
Com informações do G1