Organização criminosa que explorava jogos de azar tinha núcleos em Araranguá, Criciúma e Tubarão e foi desmantelada pela "Operação Castelo de Cartas", deflagrada pela DEIC em dezembro do ano passado.
O Ministério Público de Santa Catarina – MPSC apresentou denúncia contra 23 pessoas pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro proveniente do jogo do bicho. Os denunciados foram investigados pela “Operação Castelo de Cartas”, deflagrada pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais – DEIC em dezembro do ano passado.
A denúncia foi apresentada pela 4ª Promotoria de Justiça de Araranguá e relata que a organização criminosa atuava nos três principais Municípios do Sul do Estado: Araranguá, Criciúma e Tubarão. Segundo a denúncia, a lavagem do dinheiro ocorria por meio de empresas de fachada e pela aquisição de imóveis e veículos em nome de laranjas.
De acordo com a denúncia apresentada pelo Promotor de Justiça Marcio Gai Veiga, a organização era liderada pelo banqueiro João Souto de Camargo, a partir de Tubarão, de onde mantinha conexão com os núcleos de Araranguá e Criciúma, esta última dividida em três subnúcleos.
Além do líder da organização, foram denunciados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e pela contravenção de jogo do bicho os banqueiros Edson Ugioni, Manoel Carlos Nola, Marilene Ugioni Cardoso, Paulo Roberto Cardoso, Reinaldo Ugioni, e Valdir Manoel Cardoso Neto; os gerentes de bancas Vinicius Coelho Tachini, Fernando Lima Porto, Mateus Cadorin Piovesan, Andrei Maccari Tavares; e os recolhedores de apostas Cleiton Michels, Rômulo Michels, Juraci José Da Silva e Boney Silveira.
Também foram denunciadas, pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro, as pessoas que, mesmo sabendo da origem ilícita dos valores, emprestaram seus nomes para a abertura de empresas, registro de imóveis, compra de veículos ou movimentação bancária. São eles Fernanda Lima Ugioni Piovesan, José Humberto Godoy, Juliana Mota da Silva, Lauro Viana, Patrícia Michels e Procópio Almiro da Silva.
Além disso, a organização tinha um contador, que era encarregado de prestar assessoria quanto a dissimulação e ocultação de bens provenientes de infrações penais.
Ao apresentar a denúncia, o Promotor de Justiça se manifestou pelo perdimento de todos os bens bloqueados, inclusive das empresas utilizadas para a lavagem de dinheiro – que desde já devem ter suas atividades suspensas. Manifestou-se também pela conversão de valores e bens móveis e imóveis adquiridos com recursos ilícitos em favor do Fundo de Melhoria da Polícia Civil. A denúncia ainda não foi avaliada pelo Poder Judiciário. Se aceita, os denunciados passam a réus em ação penal.
Colaboração: Comunicação MPSC