Trânsito

MPF abre procedimento para apurar responsabilidade da PRF no deslizamento da BR-376

Deslizamento na rodovia arrastou veículos na noite de segunda-feira (28); estimativa é de cerca de 30 vítimas soterradas

Foto: Divulgação

O Ministério Público Federal do Paraná abriu procedimento para apurar eventual responsabilidade da PRF (Polícia Rodoviária Federal) no deslizamento da BR-376, ocorrido na noite de segunda-feira (28), no km 669 da rodovia, em Guaratuba.

O procedimento foi instaurado na quinta-feira (1º), por meio da Coordenação de Controle Externo da Atividade Policial. Segundo o MPF, o órgão aguarda o envio de informações solicitadas com urgência à PRF e à Arteris Litoral Sul, concessionária que administra a rodovia.

Em nota, a PRF informou que “fornecerá ao MPF todas as informações que foram solicitadas no procedimento instaurado”.

Concessionária diz que é “prematuro” falar sobre causas do deslizamento

Em entrevista coletiva na quarta-feira (30), o superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Paraná, Antônio Paim de Abreu Junior, disse que a concessionária é o órgão responsável pelas ações no local.

“Quem tem todo o inventário da rodovia, tudo que é feito no local, justamente para garantir condição de segurança, é o órgão rodoviário responsável. Nesse caso, é uma concessão pública. Todo esse levantamento é feito por eles. Certamente eles vão ter as respostas para informar as ações que tiveram de acordo com cada situação”, disse Paim.

Já a concessionária Arteris Litoral Sul informou em nota que, neste momento, “qualquer afirmação sobre as causas do deslizamento seria prematura, pois não contaria com o embasamento técnico necessário”.

A empresa disse ainda que o trecho era monitorado. “A Arteris ressalta que possui um programa permanente de monitoramento de encostas e que o trecho em que aconteceu o deslizamento é acompanhado periodicamente, sendo parte de suas obrigações contratuais”.

Ao portal ND+, o geólogo e professor Abdel Hach falou sobre o local. “Se você ver, tem uma cicatriz de concreto [ao lado do trecho desmoronado]. Para frente, onde tem caminhões, carros parados, tem um muro com tirantes. Então, [o local] já é conhecido como área de risco. Por que não foi feito concreto em cima da área onde sabíamos que ia acontecer uma corrida de lama, por exemplo?”, questiona.

Operações de busca entram no quarto dia

Nesta sexta-feira (2), as operações de busca no local chegaram ao quarto dia. Os bombeiros fazem uma varredura, com apoio de cães de busca e câmeras térmicas, na área em que os veículos estão soterrados.

Até o momento, seis pessoas foram resgatadas com vida e há duas vítimas fatais confirmadas: os caminhoneiros João Maria Pires, de 60 anos, e Marcio Rogerio de Souza, de 51.

Com informações do ND+

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