Moradores do distrito de Guatá, em Lauro Müller fundaram na noite desta terça-feira (22) a Associação de Moradores do Distrito de Guatá. A reunião aconteceu às 20h, no Centro Comunitário do Guatá.
A entidade é composta por membros da comunidade, entre eles lideranças comunitárias e comerciantes. Uma diretoria provisória foi formada e está incumbida de fazer os encaminhamentos necessários para constituição legal da associação. O presidente é Manoel Jades Izidorio, que tem como vice Claudio Lottin, 1º Secretário Roberto de Paula Martins, 2º Secretário Paulo Norberto Speck e Tesoureiro Pedro Coradelli Corrêa.
Este foi o segundo encontro para tratar da constituição da associação. No dia 31 de março os moradores já haviam se reunido com este propósito. Eles também discutiram dois assuntos que afetam diretamente a comunidade e que estão acarretando uma série de transtornos e prejuízos para a população guataense: a mineração de carvão no subsolo do perímetro urbano de Guatá e a instalação de uma base avançada da Polícia Militar no distrito.
O presidente Manoel Jades Izidorio informou que enquanto vereador lutou por mais de dez anos para conseguir a base da PM, porém as autoridades estaduais não atenderam ao clamor da população. “Vamos tentar agendar uma audiência com o vice-governador Eduardo Moreira para reivindicar mais uma vez a instalação da base. Queremos uma definição do governo. Que as nossas autoridades nos digam se vão ou não atender a nossa reivindicação”, explica Izidorio, adiantando que caso o pedido não seja atendido desta vez, a comunidade será mobilizada e protestos com faixas cartazes e outdoors, fechamento do comércio, com interdição inclusive da rodovia SC-390, que corta o distrito, serão realizados.
Era visível a preocupação dos moradores quanto aos problemas que vem acontecendo em um grande número de residências devido a extração de carvão do subsolo, que segundo eles já estaria avançando sob o perímetro urbano do Guatá. Um dos presentes relatou que seu filho está com medo de ir para a escola devido aos constantes tremores de terra provocados pela detonação de explosivos, o que estaria inclusive ocasionando rachaduras nas paredes de alvenaria das casas.
Uma reunião foi agendada com técnicos da empresa mineradora e a população no dia 7 de maio, às 20h, na escola Engenheiro Ernani Cotrin, onde será inclusive medida a intensidade de uma detonação que será realizada no subsolo da mina. O objetivo do encontro é esclarecer sobre os impactos das detonações e o processo de extração de carvão na área do Guatá.
Segundo o vice-presidente Claudio Lottin, o problema da mineração no perímetro urbano do Guatá será levado ao Conselho da Cidade de Lauro Müller. “Enquanto não é construído o Plano de Mineração que está previsto no Plano Diretor do município, nós vamos propor que seja feita uma alteração na Lei do Plano Diretor, impedindo a exploração de carvão no subsolo do perímetro urbano de Guatá, assim como já é na Sede do município”, explica.