Em mais um caso de improbidade administrativa contra prefeito, promotor alerta oito cargos de indicação.
Mais três ações civis públicas foram deflagradas pelo promotor do Ministério Público (MP) em Capivari de Baixo, Ernest Kurt Hammerschmidt. Os pedidos foram encaminhados à juíza da comarca, Rachel Bressan Garcia Mateus.
São todas contra o prefeito Moacir Rabelo da Silva (sem partido) e contra parentes de vereadores, os quais desempenham funções em cargos comissionados na prefeitura. Seis já foram exonerados ou solicitaram a exoneração. Mas ainda faltam dois.
Ao todo, oito parentes de legisladores integravam o quadro nos últimos três meses. Os seis exonerados são: uma esposa de um parlamentar que exercia o cargo de diretora de escola; outra esposa de vereador, que ocupava a função de professora; uma tia de um edil contratada como merendeira; um cunhado que desempenhou as funções de chefe de setor e diretor de departamento; e um tio, que exerceu os cargos de diretor de departamento e auxiliar de secretaria. Outros dois funcionários ainda permanecem no quadro da prefeitura: o chefe de seção e agente administrativo Lino Adilson Martins (irmão de um vereador); e a assessora legislativa, mas paga pelo poder executivo, Camila Pedro Guimarães (filha de parlamentar em Capivari).
Na ação, o representante do MP solicita a exoneração dos funcionários o mais rápido possível, uma vez que o gestor municipal descumpriu uma decisão judicial que tramitou na comarca em 2010, a qual proibia a contratação de pessoas que tivessem parentesco com representantes do executivo ou com qualquer um dos vereadores. A prática refere-se a nepotismo cruzado (indireto). Os parentes dos legisladores ocupam as funções sem aprovação em concurso público. Conforme decisão do Supremo Tribunal Federal – STF, a nomeação de cônjuge, companheiro, parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau da autoridade nomeante em qualquer dos três poderes da União, dos estados e dos municípios, viola a Constituição Federal.