Mi, engraxou o seu primeiro par de sapatos aos 12 anos
A profissão de engraxate apesar de quase extinta ainda resiste em algumas cidades. Lauro Müller é uma dessas cidades onde ainda é possível encontrar um profissional engraxate. Em meio a todo concreto dos prédios e a correria do mundo moderno, Valmir João de Mello, conhecido por “Mi engraxate”, leva sua vida simples forjando nos sapatos que lustra o brilho que falta no mundo.
O dia de hoje (28 de setembro), é especial para Valmir, pois marca o início de sua vida. Ele completa hoje, 40 anos de idade. E, junto com seu aniversário ele está completando este ano, 28 anos de profissão – engraxou o seu primeiro par de sapatos aos 12 anos.
Mi engraxate é uma figura carismática conhecida não só em Lauro Müller, onde reside com sua mãe, dona Judite, más também na cidade vizinha de Orleans, onde trabalha em alguns dias da semana.
Profissão em extinção
Engraxate é o homem responsável pelo polimento e limpeza de sapatos. A tradição remete ao ano de 1806, o nascimento do ofício de engraxate, quando um operário poliu em sinal de respeito às botas de um general francês e foi recompensado com uma moeda de ouro por isto. Durante a Segunda Guerra Mundial apareceram os “sciusciàs”, garotos que para ganhar qualquer coisa lustravam as botas dos militares, além de terem cópias de jornais, goma de mascar e doces.
Ao término da guerra desapareceram o sciusciàs e também os engraxates de Nápoles, no início dos anos cinqüenta eles eram apenas mil. Hoje em dia, caminhando pelas ruas napolitanas, ocasionalmente, pode-se encontrar algum.Após a imigração italiana aparece, por volta de 1877, na cidade de São Paulo, os primeiros engraxates. No início eram poucos, de 10 a 14 anos, todos italianos e percorriam as ruas, das 6 horas da manhã até a noite, com uma pequena caixa de madeira com suas latas, escovas e outros objetos. As cadeiras de engraxate foram inventadas por Morris N. Kohn em 1890. O engraxate hoje em dia é uma profissão em via de extinção.