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Massacre do Capacete: O Dia em que Madeireiros se Revoltaram Contra Indígenas

Foto – Divulgação

Desde o século XVII, com a chegada dos portugueses à região amazônica, localizada ao norte do Brasil, muitos foram os conflitos entre eles e os povos indígenas, que já habitavam a região há séculos. As tensões, na maioria das vezes, eram motivadas pela disputa territorial: de um lado, a preservação; do outro, interesses econômicos voltados à ocupação. Nesta matéria, vamos abordar um massacre ocorrido no estado do Amazonas, realizado por um grupo de madeireiros. Confira:

Os indígenas Tikuna habitam há centenas de anos a região do extremo oeste do estado do Amazonas, antes mesmo de Brasil, Colômbia e Peru conquistarem suas respectivas independências. Nas primeiras décadas do século XX, ocorreram os primeiros contatos entre esse grupo indígena e os brancos, que tentavam povoar ilegalmente essas áreas. Isso gerou conflitos que se intensificaram seriamente a partir da década de 1970.

Como forma de encerrar as tensões, a Fundação Nacional do Índio (Funai) informou, no início da década de 1980, que todas as terras dos Tikuna seriam demarcadas. Isso gerou descontentamento entre madeireiros e posseiros, resultando em uma série de ameaças aos indígenas. A demarcação foi concluída em 1988, e a Funai ordenou a retirada de todos aqueles que ocupavam essas áreas ilegalmente, incluindo o maior vendedor de madeira da região. No entanto, o vendedor e seus funcionários se recusaram a abandonar o local, situado próximo ao município de Benjamin Constant.

Um grupo de indígenas Tikuna organizou uma assembleia na comunidade conhecida como Boca do Capacete, com o objetivo de discutir a demarcação de terras e denunciar as ameaças que vinham sofrendo dos madeireiros. No dia da assembleia, em 28 de março, um grupo de 14 madeireiros, liderados pelo maior vendedor da região, invadiu o local com armas de fogo, iniciando um tiroteio generalizado que tirou a vida de quatro indígenas e deixou outros 23 feridos.

Rapidamente, a notícia se espalhou por todas as rádios e emissoras de TV do país, sendo chamada de “Massacre na Boca do Capacete”. Até a mídia internacional deu destaque ao fato, o que levou órgãos de defesa dos indígenas a repudiarem o ocorrido por meio de notas. O líder do massacre foi condenado somente em 2001 pela 1ª Vara da Justiça Federal de Manaus, mas foi absolvido em 2004 pelo Tribunal Regional Federal. Dos demais 14 envolvidos, 13 foram condenados a penas que variaram de 15 a 25 anos de prisão.

O caso chamou atenção pela demora em julgar os autores dos ataques ao grupo indígena, destacando a falta de vontade das autoridades em punir assassinos de indígenas, uma situação considerada oposta por muitos quando as vítimas são latifundiários e fazendeiros.

Fonte consultada:

WIKIPÉDIA. Massacre do Capacete. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_do_Capacete Acesso em 28 mar. 2025

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