Corpo de Yara Filomena Werner da Silva foi achado carbonizado em 4 de abril. Segundo delegado, homem confessou o assassinato.
O marido da técnica de enfermagem Yara Filomena Werner da Silva, de 46 anos, encontrada morta em Florianópolis, foi preso na tarde desta terça-feira (26) suspeito de feminicídio. Segundo o delegado responsável pela investigação, Ênio Mattos, o homem confessou o crime após ser detido.
Yara estava desaparecida desde 29 de março. O corpo dela foi encontrado carbonizado em uma área de mata no bairro Itacorubi na manhã de 4 de abril. A identidade foi confirmada a partir da análise da arcada dentária, segundo a Polícia Civil.
O suspeito foi preso no bairro Trindade, em Florianópolis, onde morava com a vítima. À Polícia Civil, o marido disse que Yara ia se encontrar com um ex-namorado, que ele ficou com ciúme e acabou esganando a vítima. “Foi consequência de uma briga, no calor do momento”, afirmou o delegado.
O homem vivia há 10 anos com Yara. Juntos, eles têm uma filha de 7 anos. A vítima tinha ainda outros dois filhos, de 12 e 14, este último portador de paralisia cerebral.
Laudo inconclusivo
Os laudos referentes à morte foram considerados inconclusivos, segundo o delegado Ênio Mattos. Dessa forma, não foi possível identificar oficialmente a causa do óbito.
“O corpo estava carbonizado, então não tem como saber a causa da morte”, informou o delegado em 15 de abril. Com isso, não há elementos para afirmar que ela foi assassinada antes ou depois de ter o corpo queimado.
Início das investigações
O boletim de ocorrência do desaparecimento da técnica de enfermagem foi feito em 31 de março. Inicialmente, a investigação do caso de Yara estava a cargo da Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidas (DPPD). Porém, desde quando o corpo ser encontrado, a morte é tratada como homicídio.
Durante a investigação da DPPD, cerca de 30 boletins de ocorrência (BOs) relacionados à vítima foram identificados, nem todos registrados por ela. Os documentos incluíam ameaças e agressões.
Segundo o delegado Wanderley Redondo, da DPPD, a polícia orientou a mulher, em 2018, a solicitar uma medida protetiva contra o então companheiro. A vítima não deu prosseguimento ao pedido.
O corpo da vítima estava em um matagal no bairro Itacoburi. Ele foi encontrado por um funcionário de um condomínio que ainda não está habitado. Após achar o corpo, ele chamou a Polícia Militar às 11h21 de 4 de abril.
Pessoa alegre e comunicativa
Yara atuava no Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU), vinculado à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Ela era casada e mãe de três crianças: uma menina, de 7 anos, e dois meninos, de 12 e 14, este último portador de paralisia cerebral.
De acordo com informações do HU, Yara desapareceu após sair de casa para trabalhar, às 16h30 de 29 de março. Familiares que fizeram o boletim de ocorrência informaram que ela deixou a residência apenas com o celular e a carteira. Ela não foi vista mais no trabalho desde o dia 29, conforme o hospital.
Segundo amigos, Yara era uma pessoa alegre, comunicativa e que se destacava. Além disso, era uma mãe exemplar.
Conhecidos e familiares encheram as redes sociais de mensagens para a técnica de enfermagem. O Colégio de Aplicação da UFSC, onde os três filhos dela estudam, disse em nota que ela era “uma mãe extremamente dedicada”. A unidade suspendeu todas as atividades em 5 de abril em luto pela morte de Yara.
Com informações do G1