A Revolta da Armada foi uma das mais significativas insurreições militares da história do Brasil, ocorrendo nos primeiros anos da Primeira República. A revolta foi conduzida pela Marinha do Brasil e dividida em duas fases distintas, refletindo a intensa turbulência política e militar da época. Para entender melhor o porquê dessas revoltas, precisamos saber o que as desencadeou. Confira:
Após a Proclamação da República em 1889, o Brasil passou por uma série de mudanças políticas e sociais. O primeiro presidente republicano, Deodoro da Fonseca, enfrentou uma crise econômica e política que culminou no fechamento do Congresso Nacional em novembro de 1891. Essa ação foi vista como uma violação à nova Constituição de 1891, que previa a reabertura do Congresso.
A primeira revolta começou em 1891, liderada pelo Almirante Custódio José de Melo. Os navios de guerra ancorados no Rio de Janeiro foram tomados pelos rebeldes, que passaram a patrulhar a Baía de Guanabara e lançar bombas contra a capital. A pressão dos marinheiros forçou a renúncia de Deodoro da Fonseca em 23 de novembro de 1891.
Logo após a saída de Deodoro, Floriano Peixoto assumiu a presidência. Em resposta, uma nova insurreição naval teve início em 1892. Esta segunda revolta foi liderada pelo Almirante Luís Filipe Saldanha da Gama e contou com o apoio dos federalistas, buscando derrubar Floriano. Os revoltosos tomaram controle de diversos navios e tentaram unir forças com os rebeldes do sul. A reação do governo foi feroz: Floriano Peixoto utilizou tropas do Exército e contratou mercenários estrangeiros para sufocar a insurreição. As batalhas navais se intensificaram, mas, ao final, a revolta foi esmagada em 1894.
Embora o movimento tenha sido esmagado, ele deixou um legado de resistência e mostrou a força da Marinha como um ator político importante. A repressão violenta de Floriano Peixoto, por outro lado, consolidou sua reputação como “Marechal de Ferro” e marcou um período de autoritarismo que influenciou as décadas seguintes da história republicana brasileira. As duas revoltas deixaram marcas profundas na história brasileira, pois expuseram as fragilidades da nova república e a divisão existente entre a Marinha e o Exército Brasileiro.
Fontes consultadas:
BEZERRA, Juliana. Revolta da Armada. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/revolta-da-armada/. Acesso em 23 nov. 2024.
HIGA, Carlos César. “Revolta da Armada”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/revolta-armada.htm. Acesso em 23 de novembro de 2024.