No começo dos anos 2000, até o início da segunda década deste século, Tigre conquista mais dois títulos nacionais e volta ao convívio dos maiores times do país. Porém, no período, clube conhece o calvário da Série C
Os 76 anos do Tigre seguem sendo comemorados pelo jornal Tribuna de Notícias e o portal TNSul.com. Até o final deste mês, a história carvoeira é relembrada pelo projeto Tigre 76 anos. Nesta edição, a chegada dos anos 2000 com dois títulos nacionais e a volta ao convívio com os maiores clubes do Brasil.
No ano de 2002, mais precisamente no dia 7 de dezembro, um sábado, após cinco anos, o clube retornou à elite do futebol brasileiro. Na época, a competição tinha formato bem diferente do atual, onde 26 clubes participavam e, destes, oito se classificavam para as quartas de final do torneio, sendo que apenas os dois finalistas conquistavam o acesso para a elite nacional. A vaga na Primeira Divisão veio diante do Santa Cruz, com duas vitórias nas semifinais: 1 a 0 no Arruda e 3 a 0 no Majestoso. Porém, o Criciúma queria o título. A final foi disputada contra o Fortaleza. A primeira partida, na casa do adversário, teve uma derrota carvoeira por 2 a 0.
Na volta, mesmo com forte chuva, o Heriberto Hülse lotou para ver o Criciúma vencer por 4 a 1, com Paulo Baier brilhando e marcando três gols (aos 45 minutos do primeiro tempo, 15 e 33 da etapa final) na partida. Dejair completou o marcador (aos nove minutos do segundo tempo) e garantiu o segundo título nacional do Criciúma: mais uma estrela no manto carvoeiro. O time que jogou a final foi: Fabiano; Paulo Baier, Cametá, Luciano e Luciano Almeida (Sandro); Cléber Gaúcho, Cléber (Edinho), Juca e Dejair; Delmer e Anderson Lobão (Tico). Técnico: Edson Gaúcho.
Em 2003, o clube fez uma boa campanha na Série A, conseguindo manter-se na elite do futebol brasileiro, porém, em 2004, caiu para a Série B e, em 2005, pela primeira vez, para a Série C do futebol nacional.
O fundo do poço na Terceira Divisão do Brasileirão
Em 2006, o clube conquistou o título do Brasileirão da Série C, garantindo seu retorno à Série B em uma goleada contra o Vitória. O Tigre não tomou conhecimento do adversário e naturalmente aplicou 6 a 0. Com gols marcados por Leandro Guerreiro, Alexsandro, Beto Cachoeira, duas vezes, Fernandinho e o goleiro Zé Carlos, em cobrança de falta. O elenco desta partida teve Zé Carlos; Sílvio Criciúma, Rodrigo e Cláudio Luiz; Bosco, Leandro Guerreiro, Marcelo Rosa, Douglas e Fernandinho; Dejair e Beto Cachoeira. Técnico: Guilherme Macuglia.
Em 2008, o Criciúma chegou às finais do estadual, perdeu o primeiro jogo por 1 a 0 no Orlando Scarpelli para o Figueirense e, mesmo vencendo o segundo jogo em casa,por 3 a 1, no tempo normal, acabou com o time da capital campeão, que venceu por 1 a 0 na prorrogação. Antes das finais do estadual, o Tigre ainda chegou às Oitavas-de-final da Copa do Brasil, mas foi eliminado pelo Vasco da Gama, que ganhou o primeiro jogo em São Januário com um gol em marcação de pênalti aos 43 minutos do segundo tempo e empatou por 2 a 2 o jogo de volta no Majestoso, com uma festa histórica da torcida tricolor nas arquibancadas e de Edmundo pelo time carioca dentro de campo, que ofuscou os gols de Jael e Zulu pelo Tigre.
2012: o ano da nova glória carvoeira
Na temporada de 2012, o Criciúma fez uma péssima campanha no Catarinense, não conseguindo chegar às semifinais. O técnico Márcio Goiano acabou demitido. Voltando a figurar na Copa do Brasil, o time eliminou o Madureira, na primeira fase, mas acabou caindo para o Athlético Paranaense com duas derrotas: 2 a 1 e 5 a 1.
A eliminação precoce no Estadual e a goleada sofrida na eliminação da Copa do Brasil causaram uma pequena crise interna no clube, que deixou o torcedor tricolor desconfiado com o time para a temporada.
Em 19 de maio de 2012, o Criciúma fez sua estreia na Série B de 2012 diante do torcedor e goleou o Guaratinguetá por 4 a 1. Em um campeonato disputadíssimo, o Criciúma surpreendeu até mesmo ao presidente do clube, que não esperava a campanha positiva da equipe devido às discussões internas no começo da competição.
Porém, a dupla Zé Carlos e Lucca entrou em sintonia e o time cresceu. O camisa 9 marcou 41 gols e foi o maior artilheiro de uma edição de Série B, com 27 deles. Além de colocar a bola nas redes, também deixou episódios delicados. No primeiro semestre, nos últimos jogos pelo Catarinense e Copa do Brasil, o centroavante foi afastado por reclamar publicamente de alguns companheiros. Durante a segunda divisão, Zé Carlos foi aos microfones pediu valorização por parte do clube. Depois, a situação foi contornada. O atacante pediu desculpas e seguiu no caminho do acesso. “O ano de 2012 foi inesquecível para o torcedor do Criciúma e para a cidade. Começamos a Série B desacreditados, mas, com a união do grupo, as vitórias vieram e a torcida apoiou. A gente foi, passo a passo, conseguindo nossos objetivos até o acesso”, relembra Zé Carlos, o Zé do Gol.
No dia 17 de novembro de 2012, O Tigre empatou em 0 a 0 com o Atlético-PR e conseguiu o acesso à elite do futebol brasileiro diante de 19.743 torcedores que fizeram do Majestoso um caldeirão em todos os jogos. “Foi um ano maravilhoso para todos nós, atletas, que estávamos nesse grupo. A diretoria, torcida e cidade estiveram juntos com a gente. Hoje, relembrando esses momentos, é maravilhoso para um atleta”, finaliza Zé Carlos.
Com informações do TNSul