Educação

Mais 660 professores aderem à greve na região

Foto: Jailson Vieira/Notisul

Foto: Jailson Vieira/Notisul

Após mais de 50 dias paralisados e com uma adesão tímida, que não ultrapassava 120 professores na região de Tubarão e Braço do Norte, ontem a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores na Rede Pública em Educação (Sinte) em Tubarão, Tânia Fogaça, afirmou que os números nas duas regiões chegaram a 302 docentes, o que significa um aumento de mais de 150%. 

“O número cresceu significativamente. Outros profissionais resolveram abraçar a causa e nos ajudarão a seguir em frente na busca pelos nossos direitos”, revela. Ontem à tarde, os grevistas fizeram uma manifestação na 20ª Gerência Regional de Educação (20ª Gered), em Tubarão. O ato ocorreu pelo segundo dia consecutivo porque os representantes da gerência seguem as orientações do governo e continuam a contratar professores substitutos para ocupar a função dos grevistas.

“Hoje (ontem) foram disponibilizadas pela Gered 27 vagas para professores substitutos. E apenas duas foram preenchidas. Ficamos revoltadas não somente porque alguém ‘se prestou’ a ficar com as vagas legítimas dos grevistas, mas uma das substitutas falou: ‘esta vaga para mim é um bico’. Não podemos tratar a educação como uma profissão tapa-buracos”, lamenta. Tânia revelou que a substituta lecionará a disciplina de química, na Escola Antônio Knabben, em Gravatal, e tem formação em agronomia. 

Na região de Laguna, a adesão também aumentou. Conforme o coordenador do Sinte da Cidade Juliana, Rudmar Corrêa, de 235 docentes que estavam paralisados na quinta-feira passada, ontem os números chegaram a 360 professores em greve, um aumento de 53%. 

Docentes lamentam a contratação de substitutos

Cerca de 30 professores participaram das manifestações na 20ª Gerência Regional de Educação (Gered), em Tubarão, ontem no início da tarde. Uma das mais revoltadas com a situação era a docente Raquel Chistini Marques. “Contratar substitutos para ocupar a vaga dos grevistas é ilegal. Infelizmente somente em Santa Catarina pode ocorrer essa lamentável situação. No estado o poder executivo manda. E esses que acreditam que estão nos substituindo são os verdadeiros inimigos da educação, uma vez que estamos na luta pela nossa carreira”, observa Raquel.

A supervisora da 20ª Gered, Jane Mara Viana, salienta que a gerência segue as orientações dos representantes da secretaria de educação. “Sabemos que a greve é legal, porém nossos alunos não podem ficar sem aulas. O estado tem a obrigação de cumprir os dias letivos e recentemente foi encontrada uma forma de seguir com o calendário escolar. Tudo que estamos fazendo é amparado pelo setor jurídico”, explana.  

Os grevistas também lamentaram a forma das escolhas de vagas. Eles salientaram que agora não são somente profissionais de educação que ministram as aulas, basta ser graduado em qualquer área.

Com informações do jornal Notisul