A criança, que não apresentou ferimentos graves, foi acolhida provisoriamente pela avó paterna, decisão tomada em conjunto com o Conselho Tutelar

Foto – Divulgação
A Polícia Civil de Criciúma detalhou nesta segunda-feira (14) a investigação do caso que chocou a cidade: uma mãe foi flagrada em vídeo agredindo o próprio filho, de apenas 4 anos, e enviou as imagens para o ex-marido em um ato de vingança. A gravação circulou rapidamente e mobilizou as autoridades locais.
De acordo com o delegado Márcio Campos Neves, responsável pelo plantão, assim que a polícia tomou conhecimento do conteúdo do vídeo, as diligências foram imediatamente iniciadas para localizar a mulher e garantir a segurança da criança.
“Assim que soubemos do vídeo, agimos rápido. Fomos até a residência da mãe, mas ela não estava lá. Fomos informados que ela se encontrava na casa do ex-marido e conseguimos localizá-la”, explicou o delegado, reforçando que a violência explícita nas imagens exigia uma resposta urgente.
A criança, que não apresentou ferimentos graves, foi acolhida provisoriamente pela avó paterna, decisão tomada em conjunto com o Conselho Tutelar, que acompanhou de perto o caso. “A prioridade foi garantir a integridade da criança. Ela permanecerá sob os cuidados da avó até que a Justiça determine os próximos passos”, completou Campos Neves.
Durante depoimento na delegacia, a mulher alegou sobrecarga emocional e falta de apoio do ex-companheiro como justificativas para a agressão. Ela afirmou cuidar sozinha de três filhos e que o pai da criança não estaria contribuindo com a criação do menor.
No entanto, o delegado deixou claro que nenhuma dessas circunstâncias ameniza a gravidade do crime. “Ela disse que o pai não ajuda, mas isso de forma alguma justifica a agressão. Dificuldades pessoais não podem ser argumento para atos de violência, principalmente contra uma criança tão pequena”, pontuou.
Um detalhe que agravou a situação foi o fato de que a agressão aconteceu um dia antes de a polícia tomar ciência do vídeo, o que impediu a prisão em flagrante. Mesmo assim, a mulher será processada por maus-tratos e lesão corporal, com base na Lei Henry Borel, que protege crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica.
O caso agora segue para análise do Ministério Público, que dará prosseguimento ao processo legal. A investigação busca garantir que a mãe seja responsabilizada e que a criança receba o amparo necessário.