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Mãe haitiana dá à luz a uma menina no Hospital Henrique Lage

Foto: Antonio da Luz/Sul in Foco

Foto: Antonio da Luz/Sul in Foco

O Hospital Henrique Lage, no município de Lauro Müller, registrou na madrugada deste domingo (25), o primeiro nascimento de um bebê, filho de pais haitianos.

A criança, uma menina, que ganhou o nome de Claudina, nasceu de oito meses, em parto normal, acompanhado pelos médicos Rafael Luzardo e Karol Oltramari, e pela parteira Edna Canever.

O parto aconteceu por volta das 2 horas. A criança nasceu pesando 2,6kg e medindo 40 centímetros. Mãe e filha passam bem e devem receber alta do hospital na tarde desta segunda-feira (26).

Claudina é a terceira filha de Saintilene e Louks Laguerres, que estão no Brasil há um ano. O pai não pode acompanhar o nascimento da filha, pois voltou ao Haiti, para buscar as outras duas filhas, uma de seis anos e outra de três, que ficaram no país, até o casal se estabelecer aqui.

A mãe conta que veio para o Brasil em busca de trabalho e do sonho de construir uma nova vida, longe da miséria que afeta o seu país de origem. “Estou feliz aqui. O Brasil é um país bom para se viver. Quero ficar aqui. Não pretendo voltar para o Haiti. Se tivesse dinheiro traria todos da minha família para viver no Brasil”, comentou Saintilene, esboçando um sorriso de pura felicidade, enquanto segurava a filha recém-nascida nos braços.

Imigração haitiana no Brasil

A imigração haitiana ao Brasil é um fenômeno migratório que ganhou grande dimensão após o terremoto que abalou o país caribenho em 12 de janeiro de 2010 que provocou a morte de mais de 300 mil pessoas e deixou outras 300 mil desalojadas.

A presença de haitianos no Brasil era inexpressiva antes da instabilidade política que afetou o país em 2003-2004. Desde então, com a presença dos militares da força de paz da Organização das Nações Unidas – ONU, em sua maioria brasileiros, os haitianos passaram a ver no Brasil um ponto de referência.

Os haitianos não são considerados refugiados no Brasil. Segundo a lei brasileira, o refúgio só pode ser concedido a quem provar estar sofrendo perseguição em seu país, por motivos étnicos, religiosos ou políticas. Porém, em razão da crise humanitária provocada pela catástrofe de 2010, o governo brasileiro abriu uma exceção, concedendo-lhes um visto diferenciado.