Segurança

Mãe de crianças do Sul do Estado mortas em Porto Rico reconhece os corpos

Polícia local suspeita que pai matou crianças e se suicidou.

Foto: Divulgação

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O Instituto de Ciências Forenses, de Ponce, em Porto Rico divulgou na tarde deste sábado (5) que por volta das 12h a mãe das crianças catarinenses encontradas mortas em casa na quarta (2) esteve na sede do instituto em San Juan para identificar os corpos, informou o enviado especial Emerson Gasperin.

Marlene Martins não havia feito isso antes, porque assim que voltou dos Estados Unidos, onde estava a trabalho foi hospitalizada, devido ao choque provocado pela notícia de que o marido dela e pai das crianças havia matado os filhos e se suicidado logo depois na casa da família em Jacarandá, em Ponce. Com o reconhecimento, segundo Gasperin, a polícia local deve dar o caso por encerrado na segunda (7).

"No Natal eles vinham para cá, visitar o vô. E agora aconteceu isso aí. Desmoronou a gente", contou Tibúrcio Martins da Rocha, pai da mãe das crianças, Marlene Martins da Rocha, 33 anos.

Família temia tragédia

Segundo a avó materna das crianças, Marlene já havia, em duas situações, impedido que o marido se matasse, quando a família ainda morava no Brasil. "Ela tirou a corda da mão dele duas vezes, que ele queria se enforcar duas vezes, mas ela conseguiu impedir. Só que dessa vez 'pegou' sem ela em casa”, disse Maria de Lourdes da Rocha.

A avó ainda diz que a mulher já havia lhe confidenciado sentir medo do marido. "[Ela me disse], tenho muito medo de o Erick um dia me matar, matar os filhos e depois ele se matar", lembra a avó.

O avô se diz perplexo, já que o pai demonstrava muito afeto pelos filhos. "Não tinha pai mais carinhoso para os filhos do que ele, isso aí que deixa a gente intrigado", relembra Tiburcio.

Mãe hospitalizada

Conforme a imprensa local, Marlene foi hospitalizada em Porto Rico nesta quinta (3) para receber ajuda psicológica. Ela voltou dos Estados Unidos, onde estava na data do crime.

De acordo com a Polícia de Porto Rico, a mãe havia deixado as crianças aos cuidados da avó paterna durante a viagem.

O casal estava junto havia dez anos. Entretanto, a a Polícia de Porto Rico apurou que a Marlene tinha uma ordem de restrição contra Erick por violência doméstica.

Reconhecimento e translado

Ainda conforme a imprensa da região, a mãe deve fazer o reconhecimento dos corpos de Erick Gabriel, de 9 anos, Elin, de 7, e Emanuele, de 5, que são brasileiros, ainda nesta quinta no IML de Ponce, cidade onde moravam.

O Consulado-Geral do Brasil em Miami informou em nota "que acompanhando o caso e prestando toda a assistência consular cabível aos familiares das vítimas". O órgão diz que ainda auxiliará no processo de translado dos corpos e no intermédio do contato dos familiares com as autoridades locais.

Luto em Forquilhinha

A prefeitura de Forquilhinha, no Sul de Santa Catarina, decretou na manhã desta quinta-feira (3) luto oficial de três dias pela morte das crianças. 

O município informou que elabora também uma programação com palestras em escolas, para usuários dos postos de saúde e dos serviços de assistência social para combater a violência doméstica e contra crianças.

Crime

O crime ocorreu em uma casa na localidade de Jacaranda de Ponce. Há indícios de que as crianças foram asfixiadas ou estranguladas e que o pai, identificado como o norte-americano Erick Ramírez, de 50 anos, se matou em seguida.

Ao G1, uma tia das crianças, Marli Martins da Rocha, contou que a família é de Forquilhinha e que antes de se mudarem para Porto Rico, há três anos, eles viviam no município de Morro da Fumaça. “Era um pai muito carinhoso, muito prestativo, só com ela era um pouco violento”, disse a tia.

“Ela [mãe das crianças] me ligou muito abalada avisando que o marido foi encontrado atrás de casa, tinha se enforcado. Eu perguntei pelas crianças e ela me disse que elas estavam bem, estavam dormindo na cama. Horas depois ela me ligou e contou que, na verdade, ele 'levou' as crianças junto com ele”, disse Marli.

Em vídeo divulgado pela Polícia de Porto Rico, o superintendente da polícia local, José Luís Caldero, diz que os corpos foram encontrados em um dos quartos da residência. “Não sabemos o que pode ter acontecido. O menino e as duas meninas estavam em suas caminhas. O que aparenta é que as crianças foram estranguladas”, afirmou.

“Ultimamente temos visto cenas difíceis, mas quando vemos cenas com crianças…ninguém está preparado para isso”, declarou.

A família informou que tentou contato com a autoridade brasileira que abrange Porto Rico nesta quarta, mas que não conseguiu por causa do feriado de finados. Na quarta, a tia informou que ia para Porto Rico para ajudar nos processos. "Nós queremos trazer o corpo das crianças para o Brasil", disse Marli.

O Consulado Geral do Brasil em Miami, que atende Porto Rico, informou que está em contato com a família para prestar assistência.

Com informações do site G1 SC