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Leão baio é flagrado, por imagem, pela segunda vez em 10 anos na região; Veja vídeo

Foto: Divulgação/Instituto Felinos do Aguaí

Foto: Divulgação/Instituto Felinos do Aguaí

Após 10 anos de pesquisa, o Instituto Felinos do Aguaí conseguiu registrar oficialmente pela segunda vez, a presença do leão baio (puma concolor) na região de Nova Veneza, na Encosta da Serra Geral. O felino foi encontrado em uma região montanhosa, a mais de 1000 metros de altitude.

O flagrante aconteceu na semana passada, após o leão passar próximo de uma das 20 armadilhas fotográficas espalhadas pela Reserva Biológica do Aguaí, que compreende os municípios de Treviso, Siderópolis, Nova Veneza e Morro Grande.

Segundo a bióloga e coordenadora do Instituto, Michele Ribeiro Luiz, o flagrante da imagem do felino é algo inédito. “Ao longo destes anos de pesquisa, registramos através de imagem cerca de 25 espécies de mamíferos na reserva, mas nunca o Leão Baio. Em novembro do ano passado, conseguimos registrar a imagem dele. A partir disso, intensificamos a instalação de armadilhas fotográficas e depois de oito meses, conseguimos a imagem em vídeo do felino”, relata. O fotógrafo e montanhista do Instituto Júnior Santos participou na preparação dos equipamentos.

O animal flagrado mede quase dois metros de comprimento (com a cauda) e possui aproximadamente 40 quilos. Segundo a bióloga, trata-se de um macho. “Ele possui hábitos noturnos e se torna difícil registrá-los. Temos relatos de moradores destas regiões que já o viram.”, conta.

Caça predatória

“O leão baio está em extinção. Um dos principais problemas é a caça dos animais que estão na sua cadeia alimentar. Com o desaparecimento de pacas, tatus, capivaras, veados e outros, o leão busca outros animais em propriedades particulares, como ovelhas e bezerros. O conflito entre o homem e o felino se torna inevitável. Na semana passada, recebemos a informação de que, em uma única vez, quatro leões foram mortos pela ação do homem em Bom Jardim da Serra. Uma fêmea com os seus filhotes em busca de comida”, ressalta a coordenadora do Instituto.

E para evitar este conflito entre o homem e o animal, Michele sugere alternativas. "A colocação de sinetas em bovinos, cães ou iluminação na propriedade ajudam a manter o animal longe destes locais”, completa.

Parceria para monitoramento

O Instituto Felinos do Aguaí inicia no próximo mês uma parceria com a Unisul através de um trabalho de monitoramento destes felinos na região. Segundo Michele, a intenção primordial é capturar um dos leões para a colocação de um colar. “Assim, podemos monitorar e avaliar a distribuição deles na região através da radiotelemetria do colar. A técnica já e utilizada em alguns animais e pode ser implantada para esta espécie”, finaliza.

Na região há cinco espécies de felinos divididos em dois gêneros: o puma (puma concolor e gato morisco) e dos leopardos (gato do mato pequeno, jaguatirica e o gato maracajá)

No caso do leão baio, este felino está distribuído ao longo de toda a encosta da Serra Geral e pode percorrer até 150 quilômetros ao dia. Segundo Michele, o leão baio não é agressivo e só ataca se for ameaçado. Não existe relatos oficiais de ataques a humanos na região. 

Conheça mais sobre o trabalho desenvolvido pelo Instituto Felinos do Aguaí neste link

Veja o vídeo do felino a seguir: