O Ministério Público investiga agora possíveis falhas no atendimento médico prestado à criança, enquanto aguarda o resultado de exames adicionais.
Um laudo divulgado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) confirmou que a bebê de oito meses, retirada de seu velório em Correia Pinto no último sábado (19), não apresentava sinais vitais durante a cerimônia. A suspeita de que a criança estaria viva surgiu quando familiares notaram que seu corpo mantinha a temperatura e um agente funerário relatou que a bebê teria mexido a mão. O Ministério Público investiga agora possíveis falhas no atendimento médico prestado à criança, enquanto aguarda o resultado de exames adicionais.
O caso aconteceu após a bebê, Kiara Cristayne de Moura dos Santos, ter sido declarada morta por volta das 3h da manhã de sábado. Durante o velório, que ocorreu mais tarde no mesmo dia, a família acionou o Corpo de Bombeiros depois de notar a temperatura da menina. No local, os bombeiros identificaram batimentos cardíacos fracos e realizaram testes que mostraram uma leve saturação de oxigênio, o que alimentou a suspeita de que a criança pudesse estar viva. Ela foi levada novamente ao hospital, onde foi confirmada a morte.
Apesar dos relatos de batimentos e saturação, o laudo médico do MPSC concluiu que a bebê não apresentava sinais vitais reais no momento da cerimônia, corroborando a declaração de óbito inicial. O Ministério Público destacou que o documento é sigiloso devido à idade da vítima, mas que o médico legista forneceu explicações para as leituras errôneas de pulso e saturação feitas durante o velório. Um novo exame pericial deverá esclarecer a causa definitiva da morte, e o laudo conclusivo será divulgado dentro de 30 dias.
A tragédia começou na quinta-feira (17), quando Kiara foi levada ao hospital após sentir-se mal. O médico que a atendeu diagnosticou uma virose, receitou soro e remédios, e deu alta à paciente. No sábado, a menina passou mal novamente e foi levada de volta ao hospital, onde foi declarada morta pelo mesmo médico. Embora a certidão de óbito mencione desidratação e infecção bacteriana intestinal, o médico inicialmente atribuiu a causa da morte a asfixia por vômito.
A Prefeitura de Correia Pinto, responsável pela gestão da Fundação Hospitalar Faustino Riscarolli, onde Kiara foi atendida, emitiu uma nota expressando solidariedade à família e garantindo que todas as providências estão sendo tomadas para esclarecer o caso. A administração reiterou que os profissionais de saúde da instituição são treinados para priorizar o bem-estar e a vida dos pacientes, e que o Instituto Geral de Perícias (IGP) está conduzindo a investigação para determinar se houve falhas no atendimento.