O homem segue recluso, com mais dois detentos, na Galeria E, do Presídio Santa Augusta
O autor confesso de um dos crimes de maior repercussão na região e protagonista de um dos processos mais rápidos na esfera judicial não quis ir à diante da decisão que o condenou a 27 anos de reclusão.
Lucas Torres, 33 anos, andarilho que matou a dona da floricultura, Iva Justina Marcolino, 71 anos, informou aos meios processuais que não pretende recorrer da sentença.
Segundo o Clicatribuna, o homem segue recluso, com mais dois detentos, na Galeria E, do Presídio Santa Augusta, em uma cela conhecida por “segura”, onde ficam apenados reprovados pela massa carcerária. Como se negou da decisão, Torres deverá ser encaminhado após o recesso forense, que encerra nesta segunda-feira, à Penitenciária Sul.
Defesa tentou provar homicídio
A defesa do condenado tentou provar que o crime cometido contra a idosa tratava-se de um homicídio, e não latrocínio, visando diminuir a pena de Torres. O advogado justificou a falta de provas dos objetos roubados para descartar o roubo seguido de morte, o que não ficou entendido pela juíza da 2ª Vara Criminal de Criciúma, Débora Driwin Rieger Zanini.
Conforme os autos, o réu desde logo admitiu que no dia dos fatos procurou a vítima em busca de dinheiro, e diante de sua negativa, golpeou-a várias vezes na cabeça com uma machadinha, deixando ao solo. Após, apoderou-se do dinheiro e de um telefone celular, que estavam na bolsa da idosa, rumando, em seguida, e de táxi, para a cidade de Lauro Müller, não sem antes comprar duas cervejas em um posto de gasolina.
Nos autos ainda consta, contrariado a defesa de que o crime trata-se de um homicídio, que a subtração do celular já caracteriza o latrocínio consumado, descabendo, portanto, a tese de desclassificação para o assassinato.
“A meu sentir, penso que o réu faltou com a verdade ao dizer, em juízo, que não subtraiu o dinheiro. Ora, se não almejasse o numerário, por que pegaria a bolsa da vítima e, diante de sua negativa, a golpearia?”, indaga a magistrada na sentença.
Latrocínio foi confirmado em carta ao PGC
Na carta com destino ao Primeiro Grupo Catarinense (PGC), facção criminosa enraizada dentro das unidades prisionais do estado, apreendida por agentes prisionais no final de novembro, Torres deixa claro que é ladrão, não somente assassino.
“Ela na verdade me apoiava na rua. Mas quando eu me aproximei dela eu já me aproximei com a intenção de roubar. Só que eu pra eu levantar a fita sertinho eu fui obrigado a me aproximar dela”, escreve no documento de quatro páginas.