Mais venenosa que uma jararaca, espécie nunca havia aparecido na Capital catarinense
Duas colônias com mais de 160 lagartas, de veneno mais ativo que o de uma jararaca, foram encontradas, no último sábado, no pátio de uma casa no bairro Canto da Lagoa, zona leste de Florianópolis.
À primeira vista, a lonomia obliqua pode parecer com as lagartas comuns, conhecidas como bicho cabeludo, taturana ou bira, que apenas queimam quem entra em contato com elas. "Esta espécie, mais comum no Oeste catarinense e pela primeira vez registrada em Florianópolis, é perigosa e pode levar à morte", alerta a professora de Toxicologia e Coordenadora do Centro de Informações Toxicológicas de Santa Catarina – CIT/SC, Marlene Zannin.
Quem identificou as lagartas foi o jardineiro Roberto Medeiros, ao trabalhar em uma casa no Canto da Lagoa, conforme o site Zero Hora. "Meu pai, que trabalha na Universidade, trouxe um panfleto explicativo sobre as lagartas para casa. Logo depois identifiquei no tronco de uma árvore uma porção de lagartas e levei algumas para análise", conta Roberto.
Levadas ao CIT para verificação, a equipe concluiu que se tratava mesmo da lagarta venenosa, que age na coagulação sangüínea e pode levar à insuficiência renal aguda e hemorragia cerebral. "Nas seis primeiras horas, ela já afeta a coagulação. Causa cefaléia e sangramentos pela boca e urina. Por isso, é imprescindível procurar um hospital assim que ocorrer a queimadura", avisa Marlene.
Segundo Marlene, vários fatores podem ter contribuído para o aparecimento inédito do animal na Capital. "Os agrotóxicos matam os predadores naturais da lagarta e o desmatamento também contribui para a vinda delas para a cidade", aponta a professora.