Criança morreu na noite de 5 de março após dar entrada no Hospital Santa Luzia, em Ponte Serrada, no Oeste do Estado
A tia do menino de 2 anos que morreu com sinais de suposta agressão ao dar entrada no Hospital Santa Luzia, em Ponte Serrada, no Oeste de Santa Catarina, virou ré no processo que investiga o crime. O bebê morreu na noite de 5 de março, após dar entrada no hospital.
A denúncia foi aceita pelo juiz da Vara Única da comarca, Rômulo Vinícius Finato. A acusada, de 32 anos, cumpre prisão preventiva deferida pela Justiça. Ela é acusada de homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Agora, a Justiça aguarda manifestação do advogado de defesa da mulher.
Investigação
A Polícia Civil apurou que a tia estava na casa no momento da morte. Quando pediu ajuda à vizinha, contou que o menino havia caído. No hospital, falou que encontrou a criança agonizando na cama. Quando foi ouvida pela polícia, disse que a televisão caiu em cima do menino. No entanto, as lesões verificadas no corpo da criança eram incompatíveis com quedas.
A criança foi levada ao hospital por uma vizinha. De acordo com testemunhas, o menino estava sem roupas, desacordado, com sangramento no nariz e várias lesões pelo corpo.
O menino morava com cinco irmãos, a avó materna e os tios, que têm dois filhos pequenos. A mãe trabalha em Brusque. Não há informações sobre o pai do menino. O processo tramita em segredo de justiça.
Causa da morte
Conforme o laudo cadavérico, o menino morreu de politraumatismo. “Ele tinha várias lesões, inclusive internas e graves”, disse o delegado da Polícia Civil, Marcelo Teske, em entrevista coletiva no dia 11 de março.
Testemunhas relataram que já haviam ouvido gritos e agressões contra as crianças. Um boletim de ocorrência sobre maus-tratos já havia sido registrado em outra situação e o Conselho Tutelar chegou ir até a casa da família que, segundo o delegado, passava por dificuldades.
“O tio chegou a dizer que quebrou o televisor e o raque e o jogou nos fundos do terreno, mas imagens feitas pela perícia logo após a morte do menino, confirmaram que o eletrônico estava embaixo de uma mesa da sala e não em cima do raque, conforme relatado”, destacou Teske.
O delegado ressaltou, ainda, que a perícia apontou lesões contundentes que não eram compatíveis com a queda de um televisor sobre a criança. O médico também foi questionado e disse à polícia que lesões como as do menino só poderia ter sido ocasionadas caso ele tivesse uma queda do telhado, por exemplo.
A tia cuidava das crianças em casa na data do crime, já o tio estava no trabalho conforme foi identificado pela folha ponto da empresa, por isso, a polícia descartou a sua participação.
A mãe do menino
Teske informou que a mãe do menino, e de outras quatro crianças que estavam na casa, estava trabalhando em Brusque (SC) e não tinha condições de levar os filhos, por isso eles estavam sob os cuidados dos tios. Ela enviava dinheiro para ajudar com as despesas e visitou as crianças duas vezes nos últimos dois meses.
Após a prisão da tia do meninos, as outras crianças foram recolhidas pelo Conselho Tutelar. “Serão colhidos maiores elementos para conseguir esclarecer o que realmente aconteceu, mas temporariamente a tia segue presa e à disposição da Justiça”, concluiu o delegado.
Com informações do ND+