Juntos há três anos, Luiz e Kaline se casaram no civil em dezembro de 2023 e estavam planejando comprar sua primeira casa
Foto – Divulgação
O sonho de construir uma vida juntos foi brutalmente interrompido para Luiz Eduardo Scloneski, de 21 anos, e sua esposa, Kaline Antunes, de 19 anos. No último sábado (1º), Luiz pilotava sua moto pela BR-470, em Navegantes, quando foi atingido por uma linha com cerol, que o decapitou instantaneamente. Kaline, que estava na garupa, sofreu ferimentos nos braços e pernas.
Um casal com planos para o futuro
Juntos há três anos, Luiz e Kaline se casaram no civil em dezembro de 2023 e estavam planejando comprar sua primeira casa. Nas redes sociais, as fotos do casal transbordam carinho e cumplicidade. “Ele era maravilhoso, sempre alegre. Todos que o conheciam têm boas lembranças dele, sempre ajudando os outros”, desabafa Kaline, ainda muito abalada.
No dia do acidente, eles estavam a caminho da casa de um amigo quando o inesperado aconteceu. “Foi tudo muito rápido. Começou a sair sangue do pescoço dele, nós caímos, e eu percebi um monte de linha de pipa enrolada no meu pé”, relembra a jovem. Uma ambulância passava pelo local e parou para prestar socorro, mas Luiz não resistiu.
Uso de cerol é proibido, mas acidentes continuam ocorrendo
Infelizmente, essa tragédia não é um caso isolado. Segundo Kaline, o uso de cerol em pipas é comum às margens da BR-470. Em 2021, um jovem de 23 anos morreu da mesma forma no mesmo trecho da rodovia.
O delegado Osnei Valdir de Oliveira abriu um inquérito para apurar o caso. “Acidentes com linha de cerol são recorrentes, mas com um desfecho fatal como esse, não tanto. Por isso, muitos motociclistas utilizam antenas de proteção para desviar a trajetória da linha e evitar ferimentos no pescoço e rosto, que podem ser letais”, explica.
Investigação e apelo por informações
O uso de cerol é proibido no Brasil, e a polícia busca identificar quem estava soltando a pipa no momento do acidente. Denúncias podem ser feitas pelo telefone 181 ou via WhatsApp no número (48) 98844-0011, onde é possível enviar imagens, vídeos ou qualquer informação relevante.
Caso o responsável seja identificado, poderá responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. No entanto, se houver indícios de que a pessoa assumiu o risco de causar a morte, o crime pode ser enquadrado como dolo eventual, aumentando a pena. Se o responsável for uma criança, não há responsabilização criminal.
“Espero que seja feita justiça e que isso nunca mais aconteça. Uma vida foi perdida por pura irresponsabilidade”, lamenta Kaline.
