Desafio obriga participante a cumprir 50 tarefas e incentiva o suicídio ao fim do jogo.

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A Policia Militar de Tubarão evitou neste último sábado (15), que uma jovem de 20 anos tirasse a própria vida para concluir um jogo chamado “Baleia Azul”. Este desafio surgiu na Rússia e até agora já contabiliza cerca de 130 casos de adolescentes que cometeram suicídio pelo mundo. No Brasil, há pelo menos dois casos de morte sob investigação policial, em Mato Grosso e na Paraíba, além de uma tentativa de suicídio, no Rio de Janeiro, que supostamente podem ter relação com o jogo.
O caso em Tubarão
A Polícia Militar foi acionada na noite de sábado (15) para atender inicialmente uma ocorrência de agressão contra mulher na Rua Padre Geraldo Spetmann, no bairro Humaitá de Cima, mas ao chegar no local o motivo era outro.
Os policiais se depararam com um jovem de 28 anos segurando o braço da namorada de 20 anos. Durante a abordagem, a moça se soltou do namorado e correu em direção ao rio. A PM ordenou que ela parasse, mas o chamado não foi atendido.

Foto: Arnaldo Sobrinho/PMPB/Reprodução/Whatsapp
Após perseguição, a moça foi abordada e os policiais perceberam que ela estava desorientada. O rapaz afirmou à PM que a jovem era sua namorada e que estava passando por problemas psicológicos, inclusive participando do jogo “Baleia Azul”.
Ainda segundo depoimento do namorado, a moça teria saído de casa alterada e momentos depois foi procurá-la. Ela foi encontrada na ponte próximo ao terminal de ônibus. Temendo que ela se jogasse no rio, ele a segurou e afastou da ponte.
Depois de alguns minutos, a própria jovem confirmou à PM que participava do jogo “Baleia Azul”. Relatou que no desafio existem 50 tarefas como, mutilação, envenenamento entre outros e, que estava ali para cumprir a última tarefa: tirar a própria vida.
O jogo
Ele chega por redes sociais ou via WhatsApp. O responsável por passar o jogo vai dando a cada dia uma tarefa diferente para o adolescente executar. São 50 tarefas e a última é tirar a própria vida. No Brasil, quatro casos de suicídio e tentativa estão sendo investigados.
Alerta aos pais

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A professora e educadora a mais de 40 anos, especialista em Educação e colunista do Portal Sul In Foco, Ana Maria Dalsasso defende que o mau uso da internet tem motivado o surgimento deste jogo e a adesão de jovens ao mesmo.“Este sinistro jogo tem que servir de alerta urgente aos pais, educadores e autoridades. É o mal-uso da internet, desta vez induzindo à morte de jovens que tem buscado o mundo virtual para resposta de suas angústias reais”, enfatiza.
“Converse com os filhos de forma aberta. O diálogo é o melhor caminho”
Ana lembra que o diálogo com este público é o melhor caminho e apresenta algumas dicas para evitar que este jogo faça parte da juventude. “É preciso que os pais assumam a responsabilidade de educar para o bom uso da internet. Aos poucos, esta ferramenta está se tornando uma poderosa arma contra a humanidade. Converse com os filhos de forma aberta. O diálogo é o melhor caminho. Acompanhe o dia-a-dia deles e esteja sempre atento às mudanças comportamentais.
Ainda segundo a educadora, a existência de computador no quarto deve ser banida. “Monitore o sono deles, pois é comum que eles passem a noite navegando. Tenha acesso às redes sociais, conversas no whatsapp e sites de navegação, além de mensagens pessoais. Isso não significa uma invasão de privacidade e sim, um zelar pela vida de quem se ama”, defende a Ana.