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Intercambista da Satc é recebida com homenagem na Itália

Aluna Bábara Marcon, de Turvo, conheceu seus parentes de origem italiana.

Foto: Divulgação / Comunicação Satc

Uma grande surpresa foi feita para os intercambistas da Satc que estão na Itália para um período de 20 dias de estudos e conhecimento sobre a história do país e de suas origens. O grupo, com 29 pessoas entre estudantes e professores saiu de Criciúma na última segunda-feira (22), e na chegada foi recebido com uma cerimônia de boas-vindas e para uma das intercambistas o momento foi ainda mais especial.

A Família italiana que está recebendo a aluna Bárbara Marcon, preparou uma surpresa durante o cerimonial. Ela foi chamada ao palco e foi lida uma carta a ela, esta carta contém os nomes dos Italianos da família “Marcon” que migraram para o Brasil dando origem a sua família, conta também os desafios que os italianos sofreram durante este período e ao fim da leitura foram chamados os parentes (italianos) que estavam na plateia, que subiram para abraça-la.

“Eu fico muito contente com essa aproximação que tivemos da nossa família, nossas origens, foi uma surpresa para mim, pois não haviam me dito que os nossos parentes haviam entrado em contato. É muito emocionante pode ver um pouco da vida dos nossos antepassados, a Itália é tão diferente na cultura e beleza. Agradeço a todas as pessoas que prepararam esta surpresa. Jamais esquecerei esses momentos e que este relacionamento não acabe quando este intercâmbio terminar. Fui convidada pela família para passar um domingo com eles”, contou emocionada a aluna.

Os pais da aluna, que mora em Turvo, ajudaram com os documentos para que a família fosse encontrada. “Ficamos muito contentes pela homenagem feita pela família italiana. Nossa alegria é imensurável. Agradecemos muito a SATC que proporcionou este encontro”, conta a mãe de Bárbara, Celenita Marcon.

Foto: Divulgação / Comunicação Satc

Os alunos e professores ficarão nas casas dos italianos que vieram para Criciúma em setembro de 2017. Eles eram estudantes das instituições ITIS Galileo Galilei e Liceo Artístico Bruno Murani, ambas na cidade de Vittorio Vêneto.

A programação prevê passeios por cidades como Veneza, Padova e Verona, além de roteiros em pontos históricos da região e escolas. A chegada em Criciúma está prevista para dia 13 de fevereiro. Para aprimorar ainda mais o idioma, os alunos tiveram aulas de italiano com o professor Roberto Bortolotto desde o mês de abril.

Leia na íntegra a carta escrita para a aluna Bárbara Marcon

“Giuseppe Marcon, nascido em 17 de outubro de 1848 em Selva del Montello, Treviso, Itália, filho de Matteo e Teresa Frasetto e casado em 10 de janeiro de 1874 (com 25 anos) com Carlotta Zanatta (com 19 anos) no município de Arcade.

Quero lhes contar uma história verdadeira:

No final dos anos 1800, muitos homens e mulheres, se convenceram a partir destas nossas terras venetas onde reinava a pelagra e se vivia com dificuldade, para procurar melhor sorte em uma terra distante chamada “Merica”, com a promessa de encontrarem terras férteis para cultivar e poder viver serenamente com suas famílias. Esta terra prometida se chamada Brasil, mas ao chegarem no destino, as ilusões duraram bem pouco para nossos migrantes, não existia a terra prometida, essa deveria ser conquistada trabalhando duramente “abrindo” a floresta para poder ará-la. Em um ambiente pouco amigável e cheio de armadilhas (animais selvagens e índios nativos) se procurava sobreviver à fadiga, aos perigos e às doenças, maldizendo a escolha de terem deixado sua terra natal, mas não podiam mais voltar atrás, faltavam-lhes dinheiro para pagarem a viagem de retorno.

Por muitos anos esses emigrantes continuaram suas vidas na América entre grandes sacrifícios e privações, e a isso se acrescenta ainda um longuíssimo período de separação dos parentes que ficaram na Itália e que esperavam poder um dia se rever, infelizmente uma esperança em vão.

O fenômeno migratório para o Brasil iniciado no final de 1800, depois de várias fases alternadas, terminou no final dos anos 60, neste meio tempo o Brasil se tornou um grande país, também graças ao sacrifício e ao trabalho dos nossos italianos. Após uma sequência de fatos complicados, somente em anos mais recentes, as famílias emigradas para o Brasil, puderam retomar os contatos com os parentes que ficaram na Itália e isso também graças aos projetos de intercâmbio culturais como este que agora estamos vivendo.

Marta Marcon, Katia Marcon, Bruno Marcon, Paolo Marcon e Luigi Marcon”.

Colaboração: Comunicação Satc

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