Protesto organizado pelo setor gastronômico aconteceu ontem à tarde, na SC-445. Cerca de 200 proprietários de bares e restaurantes participaram do ato contra as medidas do Governo do Estado.
Insatisfação. Esse é o sentimento que levou proprietários de bares e restaurantes a um protesto em Içara. O ato organizado pelo setor gastronômico teve início ontem, às 16h, na Rodovia Paulino Búrigo – SC-445, próximo ao viaduto Ângelo Giassi. Cerca de 200 empreendedores, de toda Região Carbonífera, reuniram-se em defesa da abertura diária dos estabelecimentos, além da ampliação do horário de funcionamento e a venda de todos os produtos, inclusive, bebidas alcoólicas. O novo decreto, que prevê o cumprimento dessas novas medidas, foi divulgado pelo governo de Santa Catarina na última sexta-feira.d
“As reivindicações para nós são básicas. Nós estamos há 12 meses em lockdown. A gente teve, durante o ano, algumas medidas que deixaram a gente trabalhando. Só que o decreto que saiu na última sexta-feira inviabilizou a abertura das casas. Pedimos urgentemente que retornem ao decreto anterior, deixando que gente receba os clientes até as 23h e que possa fechar à meia-noite, além disso, que possamos vender todo o nosso mix, porque ninguém sai de casa para ir a um restaurante para tomar só água”, desabafa o presidente da Via Gastronômica, Joster Favero.
O presidente afirma que os protolocos sempre foram seguidos à risca pelos empreendimentos e que os números relacionados à Covid-19 não partiram da abertura dos estabelecimentos, e sim, de festas clandestinas sem fiscalização. “A gente sempre seguiu o decreto e as medidas sanitárias. A gastronomia, em si, a realidade dela é a medida sanitária. Fora da pandemia, somos fiscalizados para termos medidas sanitárias. O que a gente pede é que deixem a gente trabalhar, porque nessa situação, vai gerar mais demissões, mais do que já foi registrado. Quase 40% da mão de obra da Amrec já foi desligada. Empregávamos quase 25 mil pessoas, estamos, agora, com cerca de 15 mil”, acrescenta.
O atual decreto vigente determina o horário de funcionamento de bares e restaurantes entre 10h e 22h, com limite do ingresso de novos clientes até 21h e proíbe o comércio de bebidas alcoólicas para consumo nos estabelecimentos a partir das 18h até às 6h.
Claúdio Blissari, proprietário de uma churrascaria em Içara, lamenta pela falta de sensibilidade do poder público com o segmento. “Somos de uma classe que vem sofrendo. Desde o início da pandemia, o setor gastronômico é culpado por uma coisa que não tem culpa. A gente dá empregos, temos famílias por trás disso tudo, temos pagado os impostos e queremos continuar pagando. A gente vê uma desigualdade muito grande. As pessoas que criaram isso não analisaram, simplesmente deram um canetaço. Não queremos atrapalhar nem fechar ninguém, entendemos que todos têm que trabalhar”, comenta.
O empreendedor ressalta que o descontentamento, na região, é unanime. “O lockdown tem que ser para todos ou para ninguém. Hoje, nos países do mundo, principalmente da Europa, que fizeram lockdown, são os que estão com maior taxa de desemprego. Então não é esse o caminho, precisa ter o equilíbrio”, pontua. “Nós temos um protocolo, queremos manter e proteger as pessoas da doença. Dentro do meu comércio, por exemplo, trabalha a minha família e, como eu quero a proteção da minha família, eu quero da pessoa que vem contribuir com a gente”, finaliza.
Com informações do site TNSul