O evento, realizado este ano pelo Centro Universitário Barriga Verde (Unibave), está sendo realizado totalmente on-line.
“Nós trouxemos a ciência como tema numa mesa de almoço”, afirmou a diretora do Centro de Desenvolvimento Científico e Pró-Reitora da Pós-Graduação do Instituto Butantan, Sandra Coccuzzo Sampaio Vessoni, em uma das palestras de abertura do XII Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão (SENPEX). O evento, realizado este ano pelo Centro Universitário Barriga Verde (Unibave), está sendo realizado totalmente on-line.
Nesta primeira noite, além da diretora do Instituto Butantan, o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Santa Catarina (Fapesc), Fábio Zabot Holthausen, abriu o debate sobre a importância da ciência, fazendo um apanhado da evolução do tema desde a invenção da máquina a vapor a nano tecnologia. “Antes tínhamos que ir à biblioteca, pegar um livro e levar para sala de aula para uma consulta. Hoje, as informações estão on-line, na potência ‘N’ mais, está tudo disponível no aparelho celular”, comparou Fabio.
Ele ainda trouxe dados que apontam que 85% das profissões de 2030 serão novas e que ainda nem foram inventadas, assim como 1/3 dos profissionais serão autônomos em 2050. “É preciso aprender a aprender”, declarou, dizendo que é necessário se preparar para um mundo que ainda está por vir. Conforme salientou, a pandemia acelerou os processos, em que os professores precisaram se adaptar. “O foco não será no problema, mas na solução”, assegurou. Ele ainda fez um apanhado histórico dos 25 anos da Fapesc e dos investimentos em tecnologia e inovação que a instituição vem fazendo.
Instituto Butantan
A diretora do Instituto Butantan, Sandra Vessoni, traçou um mescla do histórico da instituição e de como ela atuou durante a pandemia. O Instituto chega a produzir, em média, 350 a 400 artigos científicos por ano, publicados e com destaque junto a revistas cientificas nacionais e internacionais.
Ela assegurou que, durante a pandemia, o Butantan já ultrapassou os 6 milhões de testes realizados para detectar o vírus da COVID-19, buscando colaborar com a rede pública, cuja meta era entregar o resultado do exame em até 48h, na mão do médico que solicitou. “A preocupação maior era com a população que não tinha condições de pegar R$ 300 a R$ 600 num exame”, disse.
Normalidade
A pesquisadora ainda tratou da volta à “normalidade”, em que, segundo ela, as vacinas são importantes e estão impactando. Ela relatou que, no acompanhamento da variante Delta, quando começou a tomar conta de São Paulo, não havia uma complexidade de casos e quadros clínicos como se estava esperando. “Foi uma mensagem muito clara que a vacina estava impactando”, analisou Sandra.
Conforme a diretora, o trabalho é esse de mapear e entender o sequenciamento para que se consiga entender, num tempo muito breve, se alguma variante sofreu mutação e saiu da estratégia vacinal. “Vamos supor que temos uma ampla vacinação, com terceira dose e tudo mais para todo mundo. O que não pode acontecer são casos graves. Assim como a H1N1, a gente toma a vacina, às vezes a gente tem a gripe, mas é um quadro mais leve. O objetivo não é o de zerar a contaminação, e sim zerar as mortes”, detalhou.
Ela ainda lembrou que, enquanto as variantes da Covid estiverem acontecendo, *é preciso acompanhamento no que isso vai impactar e se escapa do esquema vacinal.*
Ciência na mesa do almoço de domingo
A interação com a comunidade não-científica também foi destacada pela cientista. “Devido a Covid, a gente conseguiu fazer o que há anos a gente não conseguia. Que é trazer uma ciência de fato, para a casa das pessoas. *Meus pais fazem perguntas, que jamais eles fariam*”, relatou Santa. Segundo ela, a vida toda fez ciência e era uma coisa inatingível para as pessoas. “De repente são pessoas que estão discutindo com você. Foi um objetivo atingindo. A gente aprendeu o modelo, a gente aprendeu a conversar com a comunidade não cientifica”, exaltou.
Segundo ela, o ensino da ciência saiu do abstrato, e aproximou as pessoas das curiosidades das perguntas. “Porque agora elas entenderam. Quebrou barreiras importantes” disse.
Mesa de abertura
A mesa de abertura ainda contou com a participação do reitor, Guilherme Valente de Souza, que falou do sentimento de estarmos finalizando a pandemia e parabenizou a Fapesc pelos 25 anos de incentivo à pesquisa. Ele ainda comentou sobre a importância que a ciência tem para o setor acadêmico e sobre a busca desse conhecimento, para a aplicação na sociedade.
A mesa ainda contou o vice-reitor, Luiz De Noni, o pró-reitor de Ensino de Graduação, Leonardo de Paula Martins, e o pró-reitor de Administração de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, Dimas Ailton Rocha. Dimas ainda disse que a ciência é sempre algo atual e que, nos últimos dois anos, percebeu-se a importância desse tema, o bem que traz para a humanidade.
A coordenadora de Pesquisa do Unibave, Ana Paula Bazo, disse ao final das palestras que a ciência precisa ser compartilhada com a população. “Precisa ser compartilhada para que eles entendam a importância e passem a enxergar que podem fazer parte disso”, declarou.
Para o segundo dia (27), estão previstas palestras organizadas pelas áreas da Educação, Saúde, Direito, Agroveterinária, Administração, Ciências Contábeis, Engenharias e Tecnologias. Já no terceiro dia (28), acontecerão as apresentações de artigos científicos.
O SENPEX
O SENPEX é realizado, anualmente, desde 2009 e vem aprimorando sua programação, o que contribui para a participação efetiva da comunidade acadêmica e aumento das apresentações e publicações de trabalhos científicos.