A POF é o levantamento mais detalhado sobre os padrões de consumo dos brasileiros. Baseado nessa pesquisa, o IBGE atualiza a cesta de itens do Índice de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA.
Os entrevistadores do IBGE, devidamente identificados com crachá, realizarão visitas periódicas.
Os municípios abrangidos são: Araranguá, Balneário Gaivota, Sombrio, Criciúma, Forquilhinha, Içara, Nova Veneza, Grão Pará, Braço do Norte, Armazém, Imaruí, Imbituba, Laguna e Tubarão.
O objetivo é atualizar a lista de gêneros de consumo e a estrutura de ponderação do IPCA, o índice oficial de inflação do país. Tendo em vista o nível de detalhamento das condições de vida da população, a POF é fonte de informações para pesquisas e estudos acadêmicos de inúmeras instituições e empresas, além de auxiliar o monitoramento de 10 dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável adotados pela Organização das Nações Unidas – ONU.
Em diferentes formatos, a POF vem sendo realizada desde os anos de 1970 e detectou as principais alterações nos hábitos de consumo dos brasileiros, como a importância cada vez maior das refeições fora de casa e, mais recentemente, o crescimento do consumo digital, relacionado à popularização da telefonia celular e da internet. A POF foi a primeira pesquisa domiciliar do IBGE a utilizar instrumentos eletrônicos de coleta, em substituição aos questionários de papel. Na edição que começa hoje, os agentes de pesquisa usarão tablets.
POF 2017/2018 investigará insegurança alimentar
A amostra da pesquisa que começa hoje abrange 3.125 domicílios e é superior à edição de 2008/2009 (2.029). Além da amostra ampliada, a POF passou a investigar o tema Insegurança Alimentar, que anteriormente integrou algumas edições da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD.
Por outro lado, a POF não coletará mais os dados antropométricos nos domicílios visitados, isto é, o peso e a altura dos moradores. Nas edições anteriores da pesquisa essas informações demonstraram a redução do déficit de peso e o aumento da obesidade na população brasileira. No entanto, esse tema passará a ser investigado pela Pesquisa Nacional de Saúde – PNS do IBGE e para a futura Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde – PNDS.
Embora os resultados da POF 2017/2018 só venham a ser conhecidos em 2019, foram feitos alguns ajustes nos questionários para ampliar a visibilidade de alguns itens de consumo que, presumivelmente, podem ter se tornado mais presentes nos lares brasileiros. Este pode ser o caso dos canais de TV com programação sob demanda, das redes digitais que comercializam músicas e dos aplicativos e acessórios para celulares. Já no âmbito analógico, os questionários poderão captar mais detalhadamente o consumo relativo a animais de estimação, com abertura para itens como tosa, rações, passeadores etc.
Quatro décadas de mudanças no orçamento das famílias brasileiras
Entre 1974 e 1975, o Estudo Nacional da Despesa Familiar – ENDEF foi a primeira pesquisa do IBGE a detalhar como os brasileiros gastavam o seu dinheiro. O ENDEF seguia as recomendações metodológicas internacionalmente consagradas e tinha apoio do Banco Mundial. Em seguida, vieram diferentes versões da POF, com abrangências geográficas distintas. As edições de 2002/2003 e 2008/2009 adotaram um desenho amostral que permitia a captação de informações para todas as unidades da federação, característica que permanece até hoje.
Resultado para o Brasil
O peso dos principais grupos de consumo nas despesas familiares mudou bastante desde os anos de 1970. O grupo Alimentação, por exemplo, teve queda acentuada entre o ENDEF 1974/75 (33,9%) e a POF 2008/09 (19,8%). Na área rural, as participações da Alimentação também foram se reduzindo, respectivamente, de 53,2% para 27,6%. Nos mesmos períodos, o peso da Habitação cresceu de 30,4% para 35,9%. Sua evolução rural foi mais significativa: de 17,8% (ENDEF 1974/75) para 30,6% (POF 2008/09).
Alimentação fora de casa ganhou mais importância no orçamento das famílias
A POF 2008/09 revelou outra mudança importante: as famílias estavam gastando bem mais com alimentação fora de casa do que em 2002/03, quando esse item foi investigado pela primeira vez. Entre essas duas edições da pesquisa, o peso das despesas com alimentação fora de casa no orçamento das famílias subiu de 24,1% para 31,1%.
POF mostrou que a escolaridade também altera o padrão de consumo das famílias
As edições anteriores da Pesquisa de Orçamentos Familiares demonstraram que, quanto mais anos de estudo tinha a pessoa de referência da família, maiores eram as despesas médias mensais. Em 2008/2009, nas famílias em que a pessoa de referência possuía menos de um ano de estudo, a despesa média mensal era de R$ 1.403,42. Já nas famílias cuja pessoa de referência tinha 11 anos ou mais de estudo, esse total era o triplo: R$ 4.314,92.
Colaboração: Comunicação IBGE