“O limite do suportável chegou, a hora de agir é agora. O Hospital Santa Teresinha será levado à falência porque o estado não cumpre suas obrigações legais. Se nenhuma atitude for tomada por parte do poder público, os recursos existentes garantirão o atendimento gratuito até o fim do mês de setembro”, afirmou ontem o presidente da Sociedade Beneficente Santa Teresinha, em Braço do Norte, Arley Jose Felipe.
Nos últimos meses, a entidade enfrenta uma grave crise financeira, resultante da insuficiência dos valores repassados pela união, estados e municípios. A empresa privada é referência em atendimento médico e possui contrato de prestação de serviços com as prefeituras de Braço do Norte, Gravatal, São Ludgero, Grão-Pará, Rio Fortuna e Santa Rosa de Lima. “Os contratos não se adequaram ao valor efetivamente suportado pela instituição que, para atender a demanda, utiliza os recursos dos atendimentos particulares para suprir o custo mínimo dos serviços contratados pelos entes públicos e prestados gratuitamente à população”, explicou o presidente.
Hoje é inviável a continuidade do serviço e os diretores da entidade se veem obrigados a romper o contrato com o Sistema Único de Saúde (SUS) – a exemplo do que fizeram outros hospitais da região. “Por mais difícil que seja, tomaremos uma decisão que até então resistimos bravamente. Somos obrigados a romper o contrato com o SUS e fechar as portas ao atendimento de pessoas carentes a partir do dia 1º de outubro”, finalizou Arley.
Aquisição da dívida
• Desde 2012, o hospital passou a acumular um déficit financeiro.
• No fim do ano passado, o déficit chegou a R$ 417.936,61.
• Em dezembro de 2014 foi feito um empréstimo de R$ 200 mil para pagamento do 13º salário dos funcionários.
• Em março deste ano, mais um empréstimo de R$ 80 mil foi contraído para o pagamento de fornecedores.
• Os valores foram compensados com o pagamento de R$ 414 mil, efetuado pelo estado de Santa Catarina no mês de março/2015 (débito acumulado entre 2006 a 2012).
• No mês passado foi contraído um novo empréstimo bancário de R$ 350 mil.
• O hospital está hoje com saldo negativo superior a R$ 100 mil mensais.
• A expectativa é de que até o fim do ano o débito chegará a mais de R$ 1,2 milhão.
Com informações do Jornal Notisul