Mesmo com os cortes de recursos e faltas de repasses, as direções das casas de saúde não pensam na possibilidade de reduzir leitos ou fechar algum setor.
Uma crise generalizada tem atingido os hospitais em Santa Catarina nos últimos meses, que se prolonga muitas vezes com a falta de recursos humanos, repasse financeiro dos municípios, estado e da União, e desemboca, em sua maioria, no fechamento de leitos e serviços estratégicos nas emergências, e nos atendimentos de média e alta complexidade.
Em Tubarão, por exemplo, o Hospital Nossa Senhora da Conceição, é filantrópico e mantido pela Congregação de Santa Catarina. Cerca de 80% dos atendimentos são realizados por meio do Sistema Único de Saúde – SUS. Com aproximadamente 1,3 mil colaboradores e 160 médicos, qualquer atraso no repasse do estado ou dos municípios (de convênios) causa transtornos irreparáveis, pois a instituição de saúde não possui reservas financeiras, conforme relata a direção da casa.
De acordo com representantes do hospital, somente nos primeiros quatro bimestres do ano, o acumulado desses repasses já atinge um déficit considerável. “Na atual conjuntura econômica, a instituição tem procurado aprimorar os processos financeiros e operacionais para manter a sustentabilidade. A ideia é estreitar relações e sistematizar as negociações com as operadoras de saúde, com os municípios, que encaminham as suas demandas no setor de emergência e com outras entidades da classe, firmando parcerias que possibilitem a continuidade e a qualidade dos serviços”, destaca a direção da unidade, a maior da região.
O grande problema, segundo as direções das instituições clínicas, nos dias atuais, são os repasses pagos em atraso pelos governos do estado e dos municípios. Em Braço do Norte, no Hospital Santa Teresinha, a situação não é diferente. De acordo com a direção, os compromissos financeiros aumentaram muito e as receitas ficaram menores. São pagos três empréstimos e renegociado os prazos com fornecedores para atravessar a crise.
No Hospital de Caridade Bom Senhor Jesus dos Passos, em Laguna, as adversidades não são diferentes. Atualmente, a Secretaria de Estado da Saúde deve para o hospital cerca de R$ 130 mil, referentes ao mutirão de cirurgias eletivas e repasses relativos ao Incentivo Hospitalar Estadual. Mesmo com a falta e corte de repasses nenhuma das três casas de saúde fecharão algum setor ou diminuirão os leitos.
Com informações do Jornal Notisul