Nos últimos anos foi possível notar uma mudança no estilo masculino. Se antes eles tinham que mostrar um rosto liso, sem barbas, hoje a cultura de séculos atrás, iniciada em países da Europa e dos Estados Unidos, está com tudo.
A consolidação, na verdade, surgiu em meados de 1990, com a separação de gêneros de barbearias e salões unissex.
De acordo com o barbeiro da Barbearia Velho Mustache, William Diego Machado, o legado das barbearias dos anos 90 permanece até os dias atuais.
“Elas trazem aquela sensação de um ambiente só dos homens, com a calorosa e acolhedora familiaridade de gostos similares, assuntos em comum. Tudo isso serviu para consolidar um estilo de vida que já era prestigiado, proporcionando o tratamento único aos clientes que visitam com frequência as barbearias”, explica.
Segundo ele, as barbearias proporcionam uma experiência única, e não somente aquela obrigação de ir uma vez ao mês aparar a barba.
“O ritual de sentar na cadeira do barbeiro, relaxar, receber o tratamento digno com massagem, toalha quente, espuma no rosto, navalha afiada e produtos específicos transformou-se em um negócio satisfatório ao cliente, motivando a sensação de bem-estar consigo mesmo”, acrescenta Willian.
Homens sempre cuidaram do visual
Por anos, a carência de mão de obra especializada no Brasil fez com que as barbearias fossem perdendo espaço com a chegada dos salões unissex. Mas, segundo Willian, os homens sempre cuidaram do visual.
A diferença, explica ele, é que o homem moderno procura um ambiente específico para ele e, com a forte chegada da cultura kuston, que se consolidou nacionalmente em 2010, fortaleceu-se ainda mais o cenário de barbearia clássica no Brasil.
E as barbas?
No que se refere à pele e à barba, o primeiro cuidado é escolher um barbeiro de confiança. “Fazer a barba em um barbeiro de confiança, para deixá-la alinhada de forma correta, usar produtos específicos para barba, como shampoo, balm e óleo, e manter a higiene diária é sempre importante para o cuidado da pele. Lavar e secar também”, orienta Willian.
Inclusive, ressalta ele, a barba deve ser aparada a cada 15 dias. “Podemos assimilar a barba e o cabelo como uma planta. Conforme você apara, estimula o crescimento e fortalecimento deles”, diz. “Shampoo, balm e óleo são itens importantes”, acrescenta.
Estilo
Não existe um segmento no universo masculino para se vestir, e sim uma cultura tradicionalista no cenário de barbearia clássica, e existem pessoas que ditam tendência. “O David Beckham é uma delas. Ele assumiu esse mesmo papel dos homens de antigamente, pai de família, tatuado e com um corte de cabelo totalmente rockabilly. Aquela imagem de metrossexual foi desvinculada e fez com que os homens passassem a se identificar com ele”, afirma Willian.
Atenção essencial aos cabelos
O universo masculino também exige cuidados especiais, tanto com os cabelos quanto com a barba. De acordo com o barbeiro Willian, que atua há quatro anos no ramo, os cuidados com os cabelos são básicos. “O ideal é lavar com shampoo de qualidade, secar e pentear com a ferramenta certa, usar produtos de boa procedência para modelar, como pomadas, e cortar a cada 15 dias, para manter o corte”, afirma.
Entre os cortes com maior ênfase no Velho Mustache estão os “oldschool”. Os mais procurados são em fades, cabelos longos, penteados altos, topetes com pomada, no estilo rockabilly. Porém, com a evolução e a inovação dessa pegada de uma barbearia e da profissão de barbeiro, assim como as novas técnicas e experiências, os barbeiros passaram a usar métodos tradicionais de grooming, atraindo cada vez mais aqueles que procuram por um corte da moda, da atualidade”, ressalta.
De acordo com Willian, foi um casamento perfeito. “Coincidentemente, na época o rock era evidência no mundo, principalmente nos Estados Unidos, onde o polo de barbearias e barbeiros passou a ser referência no mercado mundial. Com isso, cabelos longos, penteados altos e topetes eram copiados por todos”, relata.