Geral

Homem que torturou, seviciou e furtou a sogra de 86 anos em Tubarão cumprirá 10 anos de reclusão

O acusado teve o auxílio da esposa, que é filha de criação da vítima, para furtar objetos pessoais, aparelhos eletrônicos e até a conta bancária.

Divulgação

Para conseguir dinheiro e manter o vício nas drogas, um homem torturava a própria sogra, de 86 anos, com agressões físicas e verbais durante meses no município de Tubarão, no sul do Estado. O acusado teve o auxílio da esposa, que é filha de criação da vítima, para furtar objetos pessoais, aparelhos eletrônicos e até a conta bancária.

Assim, a 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, em matéria sob a relatoria do desembargador Luiz Neri Oliveira de Souza, decidiu manter a condenação de 10 anos, três meses e 10 dias de reclusão em regime fechado pelos crimes de furto e tortura qualificados para o homem. A esposa do agressor também foi sentenciada a pena de quatro anos, 10 meses e seis dias de reclusão no regime semiaberto pelo furto qualificado.

Com a justificativa que cuidaria da idosa, o casal mudou-se com os filhos para a residência da vítima em 2015. De acordo com a denúncia do Ministério Público, o homem pedia dinheiro para a sogra com a desculpa que precisaria trabalhar. Ao mesmo tempo, ele furtava os objetos de valores da casa e chegou a desaparecer com uma televisão avaliada em R$ 3 mil. Sem conseguir atender o desejo do genro, a idosa passou a ser agredida nas pernas com uma colher de pau. O homem também pegava um balde de água fria do chuveiro e despejava sobre o corpo da sogra. Queimava o braço dela com cigarro, apertava-lhe o pescoço – provocando o sufocamento, além de a ofender constantemente.

Segundo o depoimento da filha de criação, o homem raspava o corpo inteiro e dizia pela vizinhança que sofria de câncer e, por isso, não poderia trabalhar. Durante uma visita, as sobrinhas da idosa perceberam que ela estava desidratada, desnutrida e com infecções. Quando a levaram ao hospital, os familiares identificaram as queimaduras e os hematomas. Como a idosa tinha receio de contar a verdade, as sobrinhas a colocaram em uma clínica de repouso, onde ela revelou as agressões sofridas para a proprietária.

O crime de tortura só foi descoberto durante a instrução do processo. Isso resultou em um aditamento da denúncia pelo Ministério Público. Inconformado com a sentença do magistrado Maurício Fabiano Mortari, do juizado especial criminal e da violência doméstica da comarca de Tubarão, o homem recorreu ao TJ com pleito de anulação do aditamento. Também questionou o laudo pericial que, segundo o réu, não foi conclusivo sobre a origem dos hematomas. A idosa morreu no decorrer no processo e só prestou depoimento na delegacia. O homem está preso desde maio de 2017.

“A propósito, ao contrário do que aduz o apelante, conforme verificado acima, a ex-companheira contou com riqueza de detalhes o sofrimento vivenciado pela idosa e também por ela, esclarecendo que não tomou nenhuma atitude à época porque era constantemente atemorizada pelo réu, o qual, segundo ela, era capaz de tudo. Ora, pelos seus esclarecimentos, é plenamente plausível que esta não tenha procurado ajuda policial, pois se encontrava numa relação abusiva e vivia sob o controle do acusado”, disse o relator em seu voto. A sessão foi presidida pela desembargadora Cinthia Beatriz da Silva Schaefer e dela também participou o desembargador Antônio Zoldan da Veiga. A decisão foi unânime. O processo tramitou em segredo de justiça.

Colaboração: Comunicação PJSC

Notícias Relacionadas

Homem é assassinado e duas mulheres feitas de refém em Gravatal

Ocorrência foi registrada por volta das 11h20 pela Polícia Militar. Dois suspeitos foram presos.

Tribunal de Justiça nega liberdade para homem acusado de usar até boneca vodu para aterrorizar sua ex

O homem desrespeitou as medidas protetivas concedidas anteriormente em favor da ex-companheira

Motorista que passeava por Garopaba com CNH falsa é condenado a 3,6 anos de reclusão

O documento tinha a foto dele, mas o nome era de outra pessoa. Na delegacia, os policiais descobriram a verdadeira identidade do réu e constataram que havia contra ele um mandado de prisão em aberto, por roubo tentado.

Estado e município de Laguna indenizarão homem que ficou cego por demora em cirurgia​

Um homem de 60 anos perdeu sua visão e será indenizado em R$ 150 mil pelo Estado e pelo município de Laguna.