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Gravatalense doa rim para amigo

Foto: Reprodução Diário do Sul

Foto: Reprodução Diário do Sul

Você acredita em anjo de guarda? E se te dissessem que este anjo vive na terra, não tem asas, mas que doaria muito mais do que apenas proteção? Sim, eles existem. E para o radialista Jader Lopes, este ser tem nome, sobrenome, endereço e sua eterna gratidão. Há cerca de um mês, Jader, doente renal, recebeu um rim da balconista e amiga Anádia Duarte Vicenço.

Jader, 50 anos, sofre de uma doença genética que desde muito cedo o causa problemas renais. Em 1999, passou por seu primeiro transplante de rim através da doação de sua irmã. Contudo, em 2013, o órgão transplantado parou de funcionar e Jader viu sua vida mudar novamente. Desde então, vinha sendo submetido ao tratamento através da hemodiálise, em que seu sangue era filtrado pela falta de funcionamento dos rins.

Na fila de espera por um novo doador, Jader seguia sua vida. Até que um dia, parado na rua, recebeu uma nova chance de sonhar. “Tínhamos pouco contato (Jader e Anádia, sua doadora). Estava passeando com minha esposa de carro e ela (Anádia) me abordou no meio da rua. Ela disse que o sangue dela era O positivo e que queria doar um rim dela para mim. Fiquei pasmo e feliz ao mesmo tempo”, relembra Jader. 

Desde então, Jader e Anádia iniciaram uma batalha juntos. Ao todo, desde a intenção dela de doar um rim até o dia do transplante se passaram um ano e oito meses de exames, tratamentos e autorização judicial. “Quando chegou o dia, tremia. E ela na maior tranquilidade”, relembra o gravatalense. 

Ao contrário de Jader, que jamais esperava a atitude de sua doadora, Anádia tinha certeza do que estava fazendo. “No mesmo dia que fiquei sabendo que ele estava precisando, não tive dúvidas. Resolvi ser a doadora”, destaca a balconista. Saudável e sabendo dos riscos que toda cirurgia tem, Anádia diz que em nenhum momento pensou em desistir. “O medo não passou nem perto de mim”, brinca a gravatalense.

Doador vivo

Para se tornar um doador vivo de rim é preciso ter boa saúde, não ser obeso, ter função renal normal, ter mais de 18 anos e ter compatibilidade sanguínea e imunológica. O número de doadores efetivos de órgãos cresceu 90% em seis anos no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. Boa parte veio de doadores vivos, cerca de um em cada cinco casos.

Novo rim: um pedaço de gratidão

Ainda em recuperação, Jader, aos poucos, volta a ter uma vida normal. Para ele, o sentimento de gratidão é que o motiva a ser exemplo. “Pelo resto de meus dias devo minha vida a ela”, fala o radialista, que chama a amiga de sua irmã de coração e sua heroína. “Essa atitude só é realizada por verdadeiros heróis”, completa o radialista. 
Para Jader, Anádia foi sensível. “São pessoas que atendem e são sensíveis à voz divina. Verdadeiros anjos que salvam vidas e terão meu carinho, respeito e admiração enquanto eu viver”, ressalta o radialista. Para Anádia, que já está de volta às suas atividades normais, a vida está bem melhor que antes. “Só de pensar que tem outra pessoa vivendo tão bem quanto eu, isso não tem preço. Para quem pensa em doar, faça sem medo. O organismo vai se adaptar rapidamente à nova realidade. Não sinto nada de diferente, não senti nada de dor e um rim fará a função dos dois”, afirma a gravatalense.

Com informações do jornal Diário do Sul