Cerimônia teve início às 5h30 (horário de Brasília); Vaticano diz que evento é "simples, solene e sóbrio"
O funeral do papa emérito Bento XVI está sendo realizado nesta quinta-feira, dia 5, na Praça de São Pedro, em frente à Basílica de São Pedro, no Vaticano.
A cerimônia é presidida pelo papa Francisco e teve início às 5h30, pelo horário de Brasília. De acordo com o Vaticano, este é um evento “simples, solene e sóbrio”.
A missa presidida por Francisco é baseada no rito de enterro de um sumo pontífice, com algumas modificações, como a retirada de partes do protocolo sobre o enterro de um papa que estava no exercício da função.
No funeral, serão colocados quatro tipos de itens no caixão de Bento XVI: o pálio episcopal, moedas e medalhas comemorativas que foram cunhadas durante o seu papado, e a escritura que descreve o pontificado de Bento XVI, dentro de um cilindro de metal.
Após a missa, o corpo será levado para as grutas que ficam sob a Basílica de São Pedro, onde o caixão será enterrado. O local de sepultamento será no túmulo onde São João Paulo II foi sepultado antes de sua beatificação.
Bento XVI morreu no último sábado, dia 31, aos 95 anos, no isolado mosteiro do Vaticano, onde vivia desde sua renúncia, em 2013.
Joseph Ratzinger, que foi o primeiro pontífice em quase 600 anos a renunciar, em vez de ocupar o cargo por toda a vida, foi eleito papa em abril de 2005, após a morte de João Paulo II.
Ratzinger nasceu em 16 de abril de 1927 na cidade de Marktl, na Alemanha, mas passou boa parte da infância e adolescência em Traunstein, perto da fronteira com a Áustria.
De família humilde e o mais novo de três irmãos, entrou para o seminário aos 12 anos e era fluente em diversas línguas, entre elas grego e latim. Mais tarde, fez doutorado em teologia na Universidade de Munique.
A trajetória de Joseph Ratzinger na Igreja Católica foi marcada por algumas polêmicas.
Um relatório investigatório divulgado em janeiro de 2022 diz que Bento XVI sabia da existência de padres que abusaram de crianças quando ele foi arcebispo de Munique, na Alemanha, entre 1977 e 1982. Ele negou as acusações.
Em 2012, um ano antes de ele deixar o cargo, veio à tona o escândalo que ficou conhecido como “Vatileaks”, que diz respeito ao vazamento de documentos do Vaticano.
Entre esses documentos estariam cartas do ex-secretário-geral do Governatorato da Cidade do Vaticano, Carlo Maria Viganó. As cartas tratavam de casos de corrupção entre os banqueiros do Vaticano e até uma suposta conspiração para matar o papa em exercício.
Outra polêmica está relacionada a uma suposta pressão de autoridades gays do Vaticano para que Bento XVI deixasse o comando da Igreja.
Um dia antes da eleição de Francisco como pontífice, o jornal “Independent” publicou uma reportagem bombástica sobre o Vaticano ter, supostamente, gasto 23 milhões de euros em um complexo em Roma que abrigava a maior sauna gay da Europa.
Em 2020, foi publicada uma biografia autorizada de Ratzinger, na qual o religioso compara o casamento gay ao ”anticristo”.
“Há um século seria considerado absurdo falar sobre casamento homossexual. Hoje, quem se opõe a ele é excomungado da sociedade”. Ele acrescentou que “acontece a mesma coisa com o aborto e a criação de vida humana em laboratório”.
“A sociedade moderna está formulando um credo ao anticristo que supõe a excomunhão da sociedade quando alguém se opõe”, insistiu.
O papa emérito disse ainda que, “a verdadeira ameaça para a Igreja é a ditadura mundial de ideologias que se pretendem humanistas”.
(Com informações da Reuters)
Com informações da CNN Brasil