“Caberá a nós o papel decisivo na quantidade e qualidade da água em relação aos aspectos sustentáveis, econômicos, sociais e políticos para evoluir e melhorar o meio ambiente. A água é um bem de domínio público. Que tal se nós refletíssemos e deixássemos para as futuras gerações um planeta melhor do que aquele que recebemos, um mundo com mais disponibilidade hídrica?”, questionou o Doutor em Geografia e Diretor do Instituto de Geografia da Universidade Federal de Uberlância (MG), Claudio Antônio Di Mauro, ex-prefeito de Rio Claro (SP).
O profissional despertou uma intensa reflexão nos participantes do 1º Fórum de Desenvolvimento Territorial e Sustentabilidade na Bacia do Rio Urussanga realizado nesta segunda-feira, dia 25, na Unesc. O evento, promovido pelo Comitê do Rio Urussanga, apresentou o território da bacia e a gestão dos recursos hídricos e desencadeou uma ampla discussão entre autoridades, profissionais das áreas ambientais e acadêmicos sobre os problemas ambientais e as possibilidades e perspectivas de promoção do desenvolvimento territorial sustentável nas áreas de abrangência da bacia do rio Urussanga.
Segundo Claudio Antônio Di Mauro, também ex-presidente do Comitê das Bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, o processo que precisa ser estabelecido é de coletividade. “Vamos pensar em alternativas e discutir com diálogos para buscarmos políticas de desenvolvimento. Há diversas situações que são ameaças a segurança hídrica. Os passos que serão dados devem ser de todos. Devemos construir de maneira coletiva. Somos nós que vamos dizer o que é melhor. A participação dos gestores públicos pensando na comunidade e das universidades é essencial para o debate, pois diversos setores dependem da água, nossa fonte de vida e de riqueza”, ressaltou.
A revitalização da bacia do Rio Urussanga foi um dos pontos levantados pelo palestrante. “Às vezes temos água em quantidade, mas elas estão contaminadas. A transposição de águas do Rio São Francisco possui relação com a situação da Bacia do Rio Urussanga, pois devemos pensar na revitalização da bacia, já que ela foi muito impactada pela economia. Agora temos que reescrever esta história. E o Comitê fará a gestão destes recursos”, explicou. Di Mauro também mostrou exemplos de situações potenciais ou de conflitos pelo uso da água.
Dados apresentados pelo profissional mostraram a distribuição dos recursos hídricos no mundo. Rios, lagos e águas subterrâneas correspondem a apenas 0,60% de toda água da superfície do planeta. “Não podemos trabalhar no limite. Até 2050, a demanda mundial de água aumentará 55%. Mais de 40% das pessoas no mundo não terá acesso a água. Hoje, já temos 800 milhões de pessoas que não possuem acesso a água potável. Por isso devemos fazer uma reflexão e planejar os próximos anos. Para onde estão conduzindo o futuro? No passado, a visão que se tinha era de crescimento e não de desenvolvimento”, salientou.
Para o presidente do Comitê do Rio Urussanga, José Carlos Virtuoso, o trabalho do órgão é fortalecido com aspectos técnicos e com discussões. “Devemos estar integrados e articulados para que em encontros como estes, os gestores públicos coloquem em pauta a gestão do uso da água e troquem ideias e sugestões entre os municípios”, afirmou. O Doutor em Geografia, Claudio Di Mauro, da Universidade Federal de Uberlândia, conduziu um debate para encaminhar a gestão de recursos hídricos e do território da bacia do rio Urussanga na gestão pública dos municípios e elaborou, junto com representantes do Comitê e com as sugestões dos participantes, um documento com proposições de fortalecimento da gestão dos recursos hídricos e do território da bacia do rio Urussanga.