Informações preliminares apontam que um cabo de energia estava ressecado
Foto: Nilton Alves
Na manhã desta quarta-feira, 27, uma equipe da Polícia Científica esteve na comunidade de Santa Isabel para levantar as causas que resultaram na morte de um menino em um campo de futebol, na terça-feira, 26. O garoto, de 14 anos, sofreu uma descarga elétrica e acabou morrendo no Complexo Esportivo Santa Isabel, em Forquilhinha.
O procurador do município, Maicon Aléssio, acompanhou a perícia. Informações preliminares apontam que houve um desgaste da fiação. Ela foi ressecada pelo tempo e acabou descascando e energizando o alambrado. “A prefeitura é proprietária do local, mas a manutenção como: corte de grama, troca de alambrado, liberação de uso do campo é feita por um terceiro, assim como em outros equipamentos públicos já há alguns anos.
Desde que assumimos a Administração Municipal, não foi feita ao governo solicitação de reparação em qualquer equipamento do local”, explica.
Desde ontem foi aberto um processo administrativo para apurar os fatos e, antes de religar a energia do campo, a equipe da elétrica fez uma vistoria no local. “E vamos iniciar vistorias em outras sedes esportivas”, enfatiza Aléssio.
O outro menino atingido pelo choque elétrico segue internado no Hospital São José de Criciúma para monitoramento, já que ele teve alterações nas enzimas. Otávio Rossi, de 15 anos, ainda tentou socorrer o colega e acabou levando o choque elétrico, mas com menos intensidade.
Investigação
Polícia Civil de Forquilhinha abriu um inquérito para investigar as causas concretas que levaram à morte de Mayk Roda Pagnan. De acordo com o delegado Túlio Falcão, estão ouvindo as testemunhas que estavam no campo na hora e aguarda o laudo pericial. “A perícia que vai indicar o que realmente aconteceu. Agora não temos muito que comentar. Mas, vamos avaliar todas as circunstâncias, como se alguém mexeu na rede elétrica ou se foi imprudência”, adianta.
Moradores assustados com ocorrência
Algumas pessoas da comunidade questionaram a responsabilidade da Coopera diante do caso. Porém, o engenheiro da empresa, Jefferson Spacek, explica que a obrigação da cooperativa é levar energia até a medição da unidade consumidora e o que acontece dentro dela é de responsabilidade do contratante. “É como a nossa casa. A energia vai até a medição e o que acontece dentro do imóvel é de responsabilidade do consumidor”, completa o engenheiro.
O mecânico industrial, Igor do Santos, de 29 anos, que mora ao lado do campo, conta que foi chocante todo o resgate. Lembra que os meninos achavam que a vítima estava brincando quando caiu no chão, foi então que o amigo encostou- se a Maik e também levou choque. Igor foi atingido por um chute de uma amiga que estava no local (para afastar o garoto da corrente), que na sequência pediu ajuda para o pessoal de um bar perto do Complexo, que desligou a energia geral.
“Todos os dias faço caminhada no campo. Levo meus cachorros para caminhar ali também. Poderia ter sido qualquer pessoa. Poderia ter sido eu. À noite, por exemplo, tem várias pessoas que usam o local para jogar bola. Se não fosse ele, seria qualquer outra
pessoa que se encostasse ao alambrado”, comenta o mecânico.
Com informações do TNSul