A informação que a família tinha era de que ele havia viajado para entregar uma carga de baterias em Recife, e depois se deslocaria para Mato Grosso do Sul.
Uma família de Imbituba localizou, no povoado de Formosa, município de Macururé, na Bahia, o homem que deve ser o caminhoneiro imbitubense Manoel da Silveira, o Manequinha, que está desaparecido há 29 anos, desde que foi realizar um frete no sertão nordestino, em Pernambuco, em 1989.
Manequinha, hoje conhecido no sertão baiano como “Saguim”, está com 64 anos, e, depois de ter passado mais de uma década preso por um acidente pelo qual nunca foi julgado, acabou sendo localizado por seus filhos e a ex-mulher.
Quando Manequinha desapareceu, deixou para trás dois filhos, Fernando da Silveira, então com quatro anos, e Rafael da Silveira, com nove anos e a esposa Carmem Lúcia da Silveira.
A informação que a família tinha era de que ele havia viajado para entregar uma carga de baterias em Recife, e depois se deslocaria para Mato Grosso do Sul. “A última informação que tivemos foi que ele tinha chegado até Mato Grosso do Sul e, de lá, teria ido embora. Mas nunca chegou em casa”, disse um dos filhos.
O dono do caminhão, juntamente com primos de Manuel, foi até Mato Grosso do Sul na tentativa de localizá-lo. Distribuíram cartazes, foram em rádios, jornais, mas sem êxito.
No mês passado, um caminhoneiro de Garopaba o viu em Formosa (BA), e avisou a família. Outro caminhoneiro também o reconheceu e conversou com ele. Avisou a família e entregou a ela o contato do vice-prefeito da cidade, que é proprietário da borracharia onde Manoel estava instalado há quatro anos, em Formosa. A família entrou em contato e, após algumas conversas, resolveu ir até lá para ter a certeza de que realmente se tratava do familiar desaparecido.
“Eu e meu irmãos crescemos, estudamos, casamos. Moro em Joinville, e meu irmão mora em Florianópolis. A nossa vida andou, e achamos que realmente ele estava morto. O dono do caminhão sempre falou pra nós que ele tinha morrido. A gente cresceu com essa informação. Então, agora ele apareceu, depois de 29 anos. Enfim, estamos aqui porque acreditamos e queremos que ele volte para casa”, afirmou o filho Fernando.
Desaparecimento e reencontro
Segundo Manoel, em 1989, em Mato Grosso do Sul, ele foi vítima de uma armação e acabou ficando preso por 12 anos. Por vergonha, nunca entrou em contato com a família, e nem quis retornar à sua cidade. Ficou andando sem destino, até hoje. A família se organizou e os dois filhos e a agora ex-esposa foram até Aracaju, e na noite de sexta-feira chegaram em Formosa. Na manhã de sábado houve o reencontro. Foi um momento delicado, com choro, abraços e uma boa conversa. Ele concordou em voltar para Santa Catarina, porém não retornará com os filhos e a ex-esposa. Como não tem nenhum documento, a viagem de avião não é possível. O próprio Manoel deu a certeza de que voltará nos próximos dias a Imbituba, através de carona, com um amigo caminhoneiro.
Com informações do Jornal Diário do Sul