Segurança

Família de deficiente físico acusa policial de agressão

O rapaz teria sido agredido por um policial militar em Capivari de Baixo e tem medo de sair da própria residência

A família de um jovem de 22 anos está revoltada e angustiada. O rapaz, que possui necessidades especiais, teria sido agredido por um policial militar em Capivari de Baixo e tem medo de sair da própria residência. O caso foi registrado na delegacia do município.

De acordo com familiares, a vítima trabalha em um supermercado de Tubarão e foi agredida no retorno para casa na última quinta-feira. “Ele sai do trabalho e vem de ônibus até uma tia em Capivari de Baixo, onde pega a bicicleta e segue para casa. Naquela noite, acabou sendo parado e agredido por policiais”, relata um primo.

O suposto erro do jovem foi não ter acatado uma ordem de parada da Polícia Militar por volta das 22h10 de quinta-feira, no bairro Santa Lúcia. “Ele foi empurrado da bicicleta e agredido. O policial disse que ele estava na hora e no local errado, que ali era ponto de usuários de drogas e se fosse visto novamente, apanharia mais”, afirma o primo.

Na mesma noite, o jovem foi levado à Unidade de Atendimento 24 horas de Capivari de Baixo. Na guia de atendimento, registrada às 23h12, a enfermeira descreve que ele possui necessidades especiais, tem dificuldades de caminhar em virtude de sequelas de meningite e que o paciente sofreu agressão física, apresentando escoriações no ombro e na região craniana.

Na mesma guia, com registro às 2h15, a enfermeira libera o jovem para ir para casa acompanhado pela mãe e descreve novamente a situação: “Paciente menos ansioso, repete várias vezes a ocorrência, chora e não consegue dormir. Liberado com orientações e receita médica para dor”, descreve.

A família resolveu trazer o caso à tona, na intenção de pedir mais prudência. “Ele podia estar passando em local onde havia usuários, mas estava voltando do trabalho. Não parou por medo e por causa dos próprios problemas. Hoje (ontem), fui buscá-lo para ir trabalhar, mas não quer mais sair de casa com medo de ser novamente agredido. Queremos chamar a atenção para que isso não ocorra novamente”, aponta o primo.

O comandante da Polícia Militar de Capivari de Baixo, tenente Marcelo Oliveira dos Santos, foi procurado para falar sobre o assunto, mas ainda não havia sido informado sobre o caso. Nenhum boletim foi registrado pelos policiais no período da suposta agressão. “Vamos aguardar a comunicação oficial da Polícia Civil, estou sabendo sobre o fato agora e vamos apurar”, declara Marcelo.

Diário do Sul